Um paraíso do turismo sexual:
Cerca de vinte milhões de pessoas visitam a Ucrânia por ano. A capital Kiev é um destino popular. Infelizmente, uma das principais atrações turísticas é o sexo pago. Quem visita as grandes cidades dá Ucrânia atualmente fica com a impressão de que a prostituição lá é legalizada, devido ao grande número que pode ser observado de garotas de programa lindas, vestindo apenas minissaia, mini-blusas, maquiagem e saltos provocantes que vão às ruas e circulam livremente pelos hoteis, mas de fato ela não é. Por anos, a Ucrânia tem sido uma fonte de mulheres para o mercado do sexo na Europa e com as mudanças de regra de visto, a Ucrânia, além de exportar prostitutas, está atualmente importando clientes de garotas de programa.
O problema está muito mais grave agora com a crise econômica com desemprego 50% maior do que em anos anteriores. O ministro Yuriy Lutsenko recentemente declarou em rede nacional que o país está se tornando um paraíso para o turismo sexual.
Com a moeda desvalorizada e regime de fronteiras sem necessidade de visto para norte americanos e europeus desde 2005, os hotéis locais se transformaram em bordéis que facilitam seus hóspedes a encontrar as prostitutas. Em 2009, dois gerentes de hotéis de elite foram presos por exploração sexual.
Para quem pensa que não há maiores problemas com esta situação, um alerta: assim como em outros países, também na Ucrânia, e aparentemente até em um grau mais elevado do que a média das ocorrências mundo afora, exploração de menores freqüentemente anda de mãos dadas com a prostituição adulta.
Para Irina Konchenkova, presidente da ONG School of Equal Opportunities, 30% das prostitutas estão na faixa etária entre 11 a 17 anos. Além desse polêmico assunto, existe um outro mais sutil: ao invés de procurar diretamente uma prostituta, o turista vai para bares e locais de baladas seduzir garotas locais pagando bebidas e prometendo mundos e fundos, com a finalidade de a levar para a cama facilmente.
O impacto das tecnologias da informação no tráfico de sexo é objeto da pesquisa de Donna Hughes, em Pimps and Predators on the Internet, que conta como o colapso da União Soviética implicou em desemprego em massa de milhões de mulheres russas e ucranianas, que ganhavam metade do salário de homens.
Konchenkova comenta como na Ucrânia existem adolescentes que sonham com o estilo de vida de luxúria, e que ao mesmo tempo tiram notas baixas na escola. Para ela, é essencial que exista uma mudança dessa mentalidade sonhadora para que ocorra a potencialização necessária para prevenir a prostituição.
Em Entrevista, a Anna Hutsol, que é a líder da entidade FEMEN, um grupo que busca criar condições mais favoráveis para jovens mulheres se unirem a um grupo social com a idéia geral de suporte mútuo e responsabilidade social declara:
“Desde 2005, quando a Ucrânia passou a dar vistos gratuitos de entrada no país, o fluxo de turistas aumentou. E com eles, vieram também os turistas sexuais. A Ucrânia ficou com imagem de país de sexo fácil e repleto de prostitutas: primeiro, a Ucrânia é conhecida pelas suas belas mulheres. Segundo, é fato que 23% das prostitutas na Europa são ucranianas. A indústria do sexo usa técnicas de propaganda para ampliar esse efeito a seu favor. Pobreza, baixo índice de educação, aplicação inadequada da legislação e falta de apoio governamental para temas social, combinados com belas mulheres e cultura patriarcal. São todos fatores que podem transformar um país no paraíso do turismo sexual e prostituição.”
Veja a primeira parte deste artigo em: http://sereisumasocarne.blogspot.com/2010/05/mulher-ucranianas-o-casamento-e-familia.html
Em 2012, as mulheres ucranianas continuam com a sua forma inusitada de protesto, que consiste em, quase sempre, tirar a roupa. As ativistas ucranianas do grupo Femen enfrentaram o frio e tiraram a roupa em Moscou, na Rússia, onde os termômetros marcam -22ºC, mas a sensação térmica é de até -31ºC. Em frente à sede da russa Gazprom, acusada de monopólio no fornecimento de gás natural, elas protestam contra o preço do gás --há meses a Ucrânia negocia com a Rússia por um preço menor .
Fontes de referências:
More Ukrainian Women Seek Marriage Abroad Because Of the Crisis
Marriage and Divorce Statistics Going Down In Ukraine
“Belas, mas não prostitutas”: entrevista com Anna Hutsol sobre turismo sexual na Ucrânia
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