Mas
afinal, quem foi, de fato, o Senhor Jesus? Abram as suas Bíblias em
Mateus, capítulo1.
A
primeira coisa com a qual nos deparamos ao abrir o Novo Testamento,
em seu início, é com a genealogia de Jesus. O que é genealogia?
Genealogia
é o estudo da origem, da descendência e da relação entre
famílias, ou, simplesmente uma lista ou um diagrama, que enumera e
nomeia, os antepassados de um indivíduo, indicando os casamentos e
das sucessivas gerações que o ligam a seus ancestrais.
A
genealogia, entre todos os povos tem a sua importância, todavia para
o povo hebreu, especialmente para as narrativas bíblicas, a
genealogia se reveste de singular importância. Daí o fato de
encontrarmos algumas genealogias na Bíblia.
No texto bíblico em questão, a genealogia apresentada é a de Jesus Cristo (ou Jesus, O Cristo), e
vamos nos deter apenas no versículo 1, que nos diz: “Livro da
genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão.” este
versículo é fundamental para o estudo de “quem foi o Senhor
Jesus”, filho do homem, todavia, de antemão, é preciso esclarecer que, para
entender o Senhor Jesus, é necessário se considerar as duas naturezas dele:
- a natureza de Jesus ser humano, filho do homem;
- a natureza de Jesus ser espiritual, filho de Deus;
A
primeira foi uma natureza eventual e transitória, assim como é, ainda
hoje, a natureza de cada um de nós, seres humanos (dai a pergunta:
Quem foi?), mas a segunda natureza é uma
natureza espiritual eternal (o que nos levará a mudar o tempo do verbo da
pergunta para o presente: Quem é?).
Todavia,
por ora, vamos nos ater à primeira natureza, que é aquela na qual,
de fato, importa e compete mostrar Jesus, como como sendo “filho de
Davi e filho de Abrão”, voltemos, pois, a consideração da
genealogia.
É obvio
que se formos olhar a genealogia inteira, veremos que Jesus era filho
de José, e que José era filho de Jacó, que por sua vez era filho
de Matã, que era filho de Eleazar, que era filho de Eliúde, e por
aí segue-se a genealogia de Jesus, até que, passando pelo rei Davi, evidentemente, chegaremos ao patriarca Abraão.
Uma
genealogia pode tanto ser apresentada em modo descendente, quanto
ascendente e, a genealogia completa de Jesus até Abraão, se
encontra apresentada, nos versículos 2 – 16, deste mesmo capítulo
12 de Mateus. Mas repare que Mateus, sabiamente, se antecipou e destacou, logo no versículo 1, a relação de Jesus apenas com dois
personagens da história bíblica: Davi e Abraão.
Ao
final, já no versículo 17, Mateus arremata: “De sorte que todas
as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e
desde Davi até a deportação para Babilônia, catorze gerações; e
desde a deportação para Babilônia até o Cristo, catorze
gerações.”
Penso
que o Espírito Santo do Senhor Jeová, não teria inspirado Mateus a
considerar o tal número “catorze”, três vezes, de modo
recorrente, se isso não tivesse, também, algum significado
importante para nós, que cremos nas escrituras. Mas eu confesso que,
por ora, eu o desconheço e não estou interessado nele, neste
momento. Importa aqui, que Jesus, de fato, descendia da linhagem de
Davi e de Abraão e que a exposição da genealogia serve para
comprovar isso.
O
Messias, o Ungido de Deus para ser o Salvador, deveria ser filho
(descendente) de Abraão, simplesmente por que Deus, a
seu tempo, o havia prometido que assim seria. Jeová prometera a
Abrão (que mais tarde teria seu nome mudado para Abraão), que ele seria o pai da raça da qual viria o Messias. Vejamos os
textos:
“Ora,
o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da
tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que
eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e
engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os
que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra.” (Gênesis 12:1-3)
Aqui
Jeová faz a Abrão uma petição acompanhada de promessas:
muitas bençãos (mais do que aquelas que Abrão já tinha até então)
e, principalmente, descendência (coisa que Abrão ainda não tinha).
Todavia não houve aqui, ainda, de modo explícito, a promessa de
vinda de um Messias, um salvador para humanidade, mas sim, Jeová
lança as bases, um desafio preparatório disso, quando diz: “ …
e em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
Mesmo
talvez não tendo entendido perfeitamente significado do desafio lançado,
até por que, nem carecia entender pois, até então, o desafio não era algo entre
Deus e o homem, mas sim entre Deus e Satanás, apenas as promessas,
já foram motivação suficiente para o crente Abrão obedecer, de
modo excelente, a petição de Deus. Com isso a história pôde,
então, prosseguir e estando já as promessas iniciais do Senhor plenamente
cumpridas, chegamos a um outro novo momento histórico (agora, Abrão já se tornou Abraão):
“Então,
o Anjo do SENHOR bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus e
disse: Por mim mesmo, jurei, diz o SENHOR, porquanto fizeste
esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único, que
deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente
como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar;
e a tua semente possuirá a porta dos seus inimigos. E em tua
semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto
obedeceste à minha voz.” (Gênesis 22:15-18)
Neste
momento da vida de Abraão, em “que a fé cooperou com as suas
obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.”, e de um modo
todo especial, “creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado como
justiça, e foi chamado amigo de Deus”.
Abraão
conseguira provar, naquele exato momento, com aquela atitude, que
aquilo que Deus precisaria fazer pela humanidade, para a salvação
dela, o ser humano, Abraão, também era capaz de fazê-lo por Deus.
A atitude de fé aperfeiçoada de Abraão contrariou, naquele exato
instante, toda a afirmação contraria que o Diabo fazia sobre nós humanos a
Deus de modo que a futura vinda do Messias, já não era mais um mero desafio, mas sim, um fato resolvido e selado.
O
selamento do pacto da vinda do messias foi uma maravilha absoluta e
imensurável, contudo coisa maravilhosa ainda, digna de nota, foi que
Deus, no último instante, houvesse poupado a vida do inocente Isaque,
demonstrando que Ele sempre foi o Deus que afirmava que “Agrado-me
da benevolência e não do sacrifício; e do conhecimento de Deus
antes do que de holocaustos.” pois, “Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e em sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício, ..." (Oseias 6:6; I Samuel 15:22).
É por
causa deste momento de atitude de fé aperfeiçoada de Abraão, pela
qual selou-se a vinda do Messias, que a palavra de Deus diz ainda:
“Sabei, pois, que os que são da fé, esses são filhos de Abraão.
Ora, a Escritura, prevendo que Deus havia de justificar pela fé os
gentios, anunciou previamente a boa nova a Abraão, dizendo: Em ti
serão abençoadas todas as nações. De modo que os que são da fé
são abençoados com o crente Abraão.” (Gálatas 3:7-9)
Mas, prosseguindo, além
de descendente de Abraão, o Messias deveria ser, também, filho de
Davi, pelo mesmo motivo, simplesmente por que Deus prometera, e assim
deveria ser cumprido:
Tendo
resgatado e trazido para Jerusalém a Arca da Aliança do Senhor e
vivendo um momento de paz e descanso, Davi desejou construir uma casa
para Jeová, um templo para o seu Deus, o Deus de Abrão, de Isaque e
de Jacó. Todavia, a palavra de Deus foi dada ao profeta Natã, com
Deus rejeitando tal empreitada, contudo, Deus assim falou a Davi:
“Quando
teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais, então,
farei levantar depois de ti a tua semente, que procederá de ti, e
estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e
confirmarei o trono do seu reino para sempre.” (2 Samuel 7:12-13)
Sabemos
que Davi teve vários filhos. Em I Crônicas 3:1-9. temos o nome de
pelo menos 19 destes filhos de Davi, que são: Amnom, Daniel,
Absalão, Adonias, Sefatias, Itreão, Siméia, Sobabe, Natã,
Salomão, Ibar, Elisama, Elifelete, Nogá, Nefegue, Jafia, Elisama,
Eliada e Elifelete. Note que, conta-se aqui, apenas filhos do sexo
masculino.
Você
acha muitos os filhos de Davi? Isso não é nada perto do que Deus
pode fazer, além do mais, fora Ele mesmo quem prometera a Abrão:
“... multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e como
a areia que está na praia do mar; ...”, portanto, tinha que assim
mesmo.
No
entanto, quando se fala em “O filho de Davi”, o primeiro nome que
nos vêm à mente é o de Salomão, que foi o herdeiro do trono.
Salomão teve o papel de prefigurar a Cristo como o filho de Davi, o Herdeiro do trono
e do reino de Davi. Conforme Jeová prometera, Salomão como filho de
Davi e herdeiro do trono, após assumir a suas herança fez principalmente duas coisas:
- Edificou o templo de Deus no reino de Israel. Davi queria edificar, mas Deus não o autorizou a fazê-lo (ver I Crônicas 17.1-12 e I Cronicas 28:1-3), de modo que Davi só pôde fazer os preparativos, estocando boa parte dos materiais, para que Salomão, mais tarde, o construísse (ver I Crônicas 29); O templo foi construído (ver a partir de II Cronicas) e passa a ser o símbolo da presença de Deus no reino, lugar a partir de onde Deus se manifestava através de seus servos escolhidos.
- Após terminar as obras de construção do templo, Salomão ora a Deus e Deus lhe responde (ver II Crônicas 7.12-16). Deste modo, Salomão passou a falar palavras de sabedoria (Ver alguns exemplos em I Reis 3.5-12; 4.29-34; 10.1-9).
Como a
genealogia mostra, Jesus veio ao mundo, tendo nascido “da casa de
Davi”, cumprindo a fórmula pactual feita com Davi. Nesse pacto
Deus promete ser o Deus de seu povo e torná-los seus e aquele era um
pacto eterno de Deus, a despeito das diferentes circunstâncias. (I
Samuel 7:24, 29). Esse foi sempre o propósito do pacto.
Deus
promete estabelecer o reino de Davi e o seu trono para sempre (I
Samuel 7:12-13). Deus fez assim, com que aquele pacto e o referido
reino, estejam ligados para sempre, e assim revelou ainda a óbvia natureza
espiritual deste reino. Essa foi uma promessa que só poderia ter
sido, como foi, cumprida em Cristo, o Rei dos reis (Lucas 1:32-33).
Alguns
dentre nós podem até duvidar que Davi tenha conseguido entender,
naquele momento, a exatidão daquilo de estava acordado. A de que o
"trono" do qual Deus falava, era realmente, sempre, o trono
dEle próprio, o trono do reino de Deus, mesmo quando um homem, como
Davi, ou um filho da casa de Davi, se assente nele. Mas eu creio,
pela fé, que Davi tenha entendido pois, a integridade daquele pacto teria que ser peça chave para que o Messias viesse a nós. Assim, Davi cedia o seu
trono para glória de Deus.
Todavia, Salomão, ao se tornar um homem maduro, passou a apresentar distúrbios de comportamento desregrado com relação aos prazeres do sexo e se uniu a muitas mulheres que não conheciam a Jeová e lhe fizeram inclinar o coração para seguir outros deuses e Salomão começou a fazer o que era mau aos olhos de Jeová e não seguiu plenamente a Jeová como Davi, seu pai. Começaria ai, os problemas e as dores para o reino humano da casa de Davi, mas o pacto selado, no que dizia respeito ao Reino de Deus, a exercido pela descendência da casa de Davi, continuaria valendo, para sempre, como fora prometido.
Todavia, Salomão, ao se tornar um homem maduro, passou a apresentar distúrbios de comportamento desregrado com relação aos prazeres do sexo e se uniu a muitas mulheres que não conheciam a Jeová e lhe fizeram inclinar o coração para seguir outros deuses e Salomão começou a fazer o que era mau aos olhos de Jeová e não seguiu plenamente a Jeová como Davi, seu pai. Começaria ai, os problemas e as dores para o reino humano da casa de Davi, mas o pacto selado, no que dizia respeito ao Reino de Deus, a exercido pela descendência da casa de Davi, continuaria valendo, para sempre, como fora prometido.
Além de
ter nascido na casa de José, descendente de Davi e do ventre de
Maria, esposa de José, Jesus, o Cristo, desde cedo expressou uma
outra marca característica como o filho de Davi: tal qual Salomão,
Jesus falou também palavras de sabedoria. Mas Jesus suplantou
Salomão em sabedoria, porquanto ele ofereceu revelações a mais da
parte de Deus, que Salomão a seu tempo não teve.
O
templo, de pedra, ouro, madeira e prata, construído por Salomão, já
não precisaria mais ter a mesma importância, pois é Jesus que
passara a ser, em si mesmo, o próprio templo, revelação que foi
nos dada quando ele afirmou: “Destruí esse templo, e em três dias
eu o reconstruirei” (João 2, 19).
Esse
“novo” templo também já foi terminado, com a morte e ressurreição Jesus, muito embora ele continuasse, sempre, em contínua expansão. Este
é, ainda hoje, o verdadeiro templo de Deus, não passageiro, não temporal e
suscetível a ataques e destruição, mas eterno, e ainda não apenas
instalado no reino de Israel, ou no território de qualquer outra
nação ou sob a denominação de qualquer outra instituição
humana, mas sim, no próprio Reino de Deus.
Esse
templo é o que o próprio Jesus chama de “a minha igreja”, a igreja de Jesus
e que é Ele próprio, adicionado ainda de cada ser humano
que a Ele se ligue, formando um único corpo, um único templo.
Em
Mateus 16:18 encontramos Jesus dizendo que edificaria a sua igreja e
as portas do inferno não prevaleceriam contra ela. Em I Coríntios
3, do verso 9 em diante, vemos a igreja como sendo um edifício figurativo construído sobre o fundamento que é Cristo e que quando nos ligamos
a Cristo, tornamo-nos, nós mesmos, também templo Deus e que é esse
o templo que Jeová protege, pois é nesse templo que habita o Seu
Espirito.
Em todo
o Novo Testamento vemos que Jesus continua a se manifestar através
da igreja, que é Ele próprio, a videira, juntamente com cada ser
humano, que passa a se ligar a ele, como ramos da videira, formando assim um
único templo, e que já não é mais nós que vivemos (em nós mesmos), mas Cristo que passa a
viver em nós (Gálatas 2:20).
Em
Efésios 3:10 vemos que através da igreja Deus tem manifestado a
todos, inclusive às potestades e principados nos lugares celestiais,
a Sua sabedoria, que é multiforme. Paulo, inspirado, ensina: “Mas
um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer. Porque, assim como o corpo é
um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um
só corpo, assim é Cristo também.” 1 Coríntios 12:11-12
Assim é
a natureza de ser espiritual Jesus. Havia a necessidade dessas duas
naturezas em Cristo. Para que o projeto de salvação da parte de
Deus se concretizasse, era necessário que o sacrifício do Messias
representasse um sacrifício de valor infinito, a ser pago em nosso
resgate. Para isso Ele tinha que ser a própria perfeição, a
primícia de toda criação, o verbo que havia no principio, junto a
Deus, o filho unigênito, todo especial, de Deus, que foi tornado
carne e oferecido em sacrifício. Ele é O Filho e O Templo, e nós nos tornamos como filhos ao
nos unirmos a Ele, tornamo-nos membros do templo que Ele é. Não há
outro caminho, ninguém dentre nós se chegará a Deus sem estar
ligado a ele,
Falando, ainda, sobre sua própria natureza espiritual, Jesus interrogou os fariseus que
estavam reunidos, dizendo: “Que pensais vós do Cristo [Messias]?
De quem é filho? Responderam-lhe: De Davi. Replicou-lhes ele: Como é
então que Davi, no Espírito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o
Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha
os teus inimigos de baixo dos teus pés? Se Davi, pois, lhe chama
Senhor, como é ele seu filho? E ninguém podia responder-lhe
palavra; nem desde aquele dia jamais ousou alguém interrogá-lo.”
(Mateus 22:42-46)
O Cristo
esteve como homem, mas não era, de modo algum, tão somente um
homem. Mas o Cristo que é da natureza espírito e o Cristo foi da natureza
carne É, sem dúvida, uma única e mesma pessoa, um único e mesmo
ser, que por um relativamente curto espaço de tempo teve a sua
natureza “modificada” de espiritual para carnal, na “forma”
de um ser humano, que foi filho do homem, Jesus de Nazaré, o filho de Davi.
Apesar
de Cristo nunca ter deixado de ser quem ele sempre foi, ao ser
mudado para a forma humana, ele foi ligado a essa natureza que modo que ele não podia mais ter acesso a poderes associados exclusivamente a sua natureza
de ser espiritual. Isso tem inúmeras implicações e, como exemplo,
cito duas que considero importantes:
- A de que “fenômenos sobrenaturais”, ou seja, os denominados milagres, acontecem “naturalmente”, emanados do poder do Espírito de Deus e causados por uma petição de fé, que pode partir de qualquer ser humano crente neste poder. Jesus, não apenas intercedeu por vários milagres, muitas vezes deixando bem claro ao agraciado que “a tua fé te salvou; a tua fé te curou”, como ainda, ensinou aos seus discípulos que qualquer um deles poderia, de modo eficaz, atuar como intercessor por milagre também, exercendo isso com fé, petição, oração, jejum e ação de graças;
- Que sob a tortura dos soldados romanos, Jesus sentia as mesmas dores que qualquer homem sentiria na carne, não podendo ele evitá-las e nem ao menos amenizá-las, e ainda que, o sofrimento do seu martírio, como virtual homem carnal, foi então, um sacrifício absolutamente real. Jeová entregou, de fato, o seu amado unigênito, desprovido da realeza espiritual (estando virtualmente preso a carne), a um doloroso sacrifício de vida (preço a ser pago), em favor do resgate da raça humana (todas as famílias da terra), suas criaturas especiais (amigos), cônscio de que um ser humano (Abraão) faria exatamente a mesma coisa por Ele, se e quando Ele o pedisse.
O obediente Abraão
fez por merecer e o adorador rei Davi cedeu o lugar, por isso nos veio Jesus, que
mereceu, por não pecar jamais, e cedeu lugar, entregando toda glória
do seu sacrifício ao Pai.
Considerando
que Jesus vive desde o princípio e viverá para sempre, a natureza
carnal humana que ele assumiu, ocorreu apenas durante um átimo da
existência dele. No mundo espiritual, o conceito humano de tempo não
existe. O intervalo de tempo que durou a natureza humana de Jesus,
vai DESDE UM MOMENTO APÓS a sua concepção, durando ATÉ o momento
em que ele ASCENDEU AOS CÉUS.
Sabemos
que Jesus foi concebido pelo poder do Espirito Santo, assim como
qualquer milagre. De modo que, Jesus não foi concebido por meio de
uma concepção convencional, ou seja, com a fertilização ou
fecundação, a fusão de dois gâmetas para produzir um novo
organismo, como é natural aos seres vivos sexuados, incluindo os
humanos.
Os
gametas, chamados ainda de células sexuais, são as células dos
seres vivos que, na reprodução sexuada, se fundem no momento da
concepção, para formar um ovo ou zigoto, que dará origem ao
embrião, cujo desenvolvimento produzirá um novo ser da mesma
espécie. Os gâmetas têm tipos morfologicamente distintos e o órgão
ou o indivíduo que produz o gâmeta de maiores dimensões - o
ovócito secundário ou óvulo - tem a denominação de fêmea ou
feminino, enquanto que o que produz o gâmeta de menor dimensão,
normalmente móvel, é chamado macho ou masculino.
Os
gâmetas são células haploides, ou seja, elas têm apenas um
conjunto de cromossomas, uma vez que são produzidos por meiose,
enquanto que o ovo ou Zigoto, produto da concepção sexuada,
resultante da união dos dois núcleos haploides, por sua vez, é uma
célula diploide. Células diploides são aquelas cujos cromossomos
se organizam em pares de cromossomos homólogos.
O
processo de união, ou seja, a concepção em si, salvo raríssimas
distorções, só pode ocorrer entre duas células eucarióticas
mutuamente compatíveis, ou seja, as quais o conjunto de cromossomas
tenham o mesmo número. Assim, para cada característica existem pelo
menos dois genes, estando cada um deles localizado num cromossomo
homólogo. Diz-se que estas células possuem 2n cromossomos, onde n é
o número de cromossomos (número de haploide) característico da
espécie em questão.
No caso
da espécie humana, n corresponde a 23 cromossomos por célula, pelo
que as células somáticas possuem 2n, ou seja, 46 cromossomos.
Quando ocorre a fecundação, os 23 cromossomos presentes no
espermatozoide juntam-se com os 23 cromossomos presentes no óvulo.
As mulheres possuem o último par de cromossomos do conjunto, ou
seja, o 23º par, igual a XX onde X é um tipo de cromossomo. Já os
homens o possuem como XY, de modo que é isso que determinando seu
sexo.
A partir
do Zigoto, várias divisões mitóticas vão dando origem a um novo
indivíduo (embrião). A quantidade e a distribuição do vitelo
(estoque de alimento existente nas células) variam de acordo com o
organismo considerado e dependem, inclusive, do tipo de
desenvolvimento do embrião.
Existem
várias técnicas possíveis a se especular sobre a concepção
Jesus, que o tornou um ser humano, incluindo a concepção
(fertilização) “in vitro” ou outra ideia correlata qualquer,
até mesmo alguma que a nossa ciência ainda nem tenha atingido em
termos de conhecimento, e creio que nenhuma delas seria problema, de
modo algum, ao poder do espirito santo de Deus.
Todavia
acredito ser de fundamental importância considerarmos o seguinte:
para validar o plano da salvação, Jesus teria que ser aquele mesmo
ser, que antes esteve junto a Deus que era O Filho de Deus e não
necessariamente ser um filho consanguíneo de José, descendente
consanguíneo de Davi e de Maria.
Eis ai o
grande mérito de Davi: ele já havia concedido toda a glória do seu
próprio trono a Deus, o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó. Por
aquele pacto, Davi aceitou adotar O Filho de Deus, como seu próprio
filho.
Já
sabemos que após a fecundação (fertilização) forma-se o zigoto.
A partir desse momento inicia-se a divisão celular para a formação
do que a ciência humana atualmente denomina de pré-embrião. Assim,
após um ciclo de horas a partir da fertilização teremos
pré-embriões com 2 células, após mais um ciclo de horas teremos o
mesmo com 4 células, mais um ciclo de horas e teremos 8 células e
assim por diante, numa divisão celular em progressão geométrica.
Já, na
reprodução assexuada, esta ocorre sem a intervenção de gâmetas.
Na reprodução assexuada intervém um único progenitor. Neste caso
não existe junção das duas células sexuais ou gâmetas. Assim não
existe junção do material genético, por isso os descendentes são
geneticamente iguais aos progenitores e nestes casos, diz se que os
novos seres são clones do progenitor.
Os casos
em que se apresenta a reprodução assexuada são nos conhecidos:
- Bipartição ou Cissiparidade: um indivíduo divide-se em dois seres, sensivelmente atingem as dimensões do progenitor. Existe em seres unicelulares e em alguns pluricelulares – Planária;
- Gemulação ou Gemiparidade: nos diferentes casos na célula ou corpo mãe há formação de uma dilatação ou gomos que cresce “colado” à mãe e depois de crescer separa-se. Algumas vezes estes gomos nunca se separam da mãe, criando colônias de indivíduos cooperantes. Existem em seres unicelulares (leveduras) e seres pluricelulares (anémona do mar e hidra de água doce);
- Esporulação: Neste caso formam-se as células reprodutoras, os esporos, que em condições favoráveis, germinam dando origem, cada um, um novo indivíduo. São exemplos os fungos como o bolor do pão e a penicillium e as plantas como os fetos;
- Fragmentação ou multiplicação vegetativa: Um animal onde ocorre este tipo de reprodução é na estrela-do-mar. Os cinco braços da estrela partem-se e a partir de cada um forma-se uma nova estrela-do-mar. E, no entanto, no mundo das plantas onde este tipo de reprodução acontece com maior incidência. Vários órgãos das plantas podem enraizar-se e dar origem a novas plantas (begônias, tubérculos, bolbos, rizomas, estolhos, açucenas e tulipas);
Independente
da reprodução ser sexuada ou assexuada, existe, sempre, um conjunto
de cromossomas característicos de uma dada espécie, o cariótipo. O
cariótipo humano normal é composto por 46 cromossomas, associados
em 23 pares de cromossomas.
Desde
modo, o poder do Espirito Santo de Deus precisaria, tão somente,
produzir por algum tipo de reprodução assexuada, a partir do
próprio Deus, um zigoto de espécie humana, um ser de uma única
célula diploide, e Jesus estaria já concebido, para em seguida,
implantá-lo no útero de Maria, onde a natureza já criada, se
incumbiria de dar continuidade, com a clivagem (divisão celular),
produzindo o feto.
Ora é
sabido que os demais seres espirituais criados por Jeová, a saber,
os anjos, não tem sexo. Ora, por que duvidar de qualquer coisa a
esse respeito, se a nós mesmo, seres humanos mortais, é dada a
oportunidade de estarmos, com nosso limitado conjunto de
conhecimentos, com os nossos experimentos, chegando, cada vez, mais
próximo disso, mesmo não sendo isso por nosso próprio mérito, mas
por permissão do Senhor.
Jesus,
o Cristo, morreu como morre um homem, e tinha que ser assim pois,
como homem ele precisava vencer a morte e ressuscitar. Deste modo
Jesus reapareceu aos discípulos, em carne e osso e só deixou de ser
humano quando ascendeu aos céus, mas o seu corpo tão pouco, ficou
entre nós, e este é um novo mistério do poder do Espírito de
Deus, o qual nós ainda não estamos habilitados a conhecer.
Além do
mais, por mais que tenhamos avançado em nossa ciência humana, o
tudo continua sendo para nós, ainda do mesmo modo, como escreveu
Shakespeare em sua peça Hamlet, a tragédia da dúvida e do
desespero do solitário príncipe e da violência do mundo (a peça
mais representada e estudada até hoje): “Há mais coisas entre o
céu e a terra, Horácio, do que sonha a nossa vã filosofia”.
O que
importa é que estejamos certos, crentes e conscientes de que foi, de
fato, O Filho de Deus que se fez carne e habitou entre nós, de que
ele foi o Messias da promessa, e que com seu sacrifício perfeito nos
atrai a ele, para que nós com ele nos unamos, como nosso único meio
possível de salvação.
Que a
graça do Senhor Jesus seja com todos.
Bem explicativo! A Paz do SenhorJesus!
ResponderExcluirObrigado. Que a paz de Deus Pai esteja sempre com você, pelo poder que há no nome e no sangue do Senhor Jesus Cristo.
Excluir