terça-feira, 10 de julho de 2012

Ontem, hoje e sempre! Tem que valer a pena ser honesto!

A DESONESTIDADE deriva de um qualificativo humano que existe desde o jardim do Éden. Para conseguir atrair o primeiro casal humano para a sua rebelião, Satanás teve que ser desonesto e dizer algumas mentiras, fazendo propaganda enganosa, sobre aquilo que antes, o próprio Jeová Deus já havia ensinado ao homem sobre a verdade.

Naquela ocasião, quem é crente sabe, a desonestidade obteve exito em atingir o seu primeiro intento no seio da humanidade, fez a humanidade cair e ela própria (a desonestidade) passou a ser um atributo humano comum, coexistindo, de maneira danosa, até os dias de hoje, no meio de nós.

Os efeitos nocivos da desonestidade e da malandragem astuta são de tal maneira tão fragorosos aos seres humanos que, mesmo que a humanidade esteja vivendo entremeada com este atributos desde tão cedo, as deturpadas culturas e sociedades humanas, pelo menos de modo oficial ou público, ainda dá valor à honestidade e encara a mentira, falsidade e o furto como indesejáveis e repreensíveis.

Internamente e em oculto, em tudo o que é humano, existe um grande conflito: Para a maioria das pessoas comuns, poder ser considerado honesta e digna de confiança ainda é algo de que se orgulhar.

Todavia, no âmago das consciências individuais, e na surdina das combinações coletivas, de modo lamentável, porém profeticamente esperado em função do tempo em que vivemos, cada vez mais, acredita-se que, estar aberto a "um pouco" de desonestidade é indispensável para se sobreviver na sociedade moderna.

O que você acha disso? Vale a pena ser honesto? Qual o seu critério para decidir que conduta é honesta e qual não é?

Para agradar a Deus devemos ser honestos, tanto em nossas conversas como, e principalmente, em nosso modo de vida. O apóstolo Paulo aconselhou seus irmãos na fé: “Falai a verdade, cada um de vós com o seu próximo.” (Efésios 4:25) Ele escreveu também: “Queremos comportar-nos honestamente em todas as coisas.” (Hebreus 13:18).

De modo que, a principal motivação de sermos honestos não porque queremos receber elogios de outros humanos, ou mesmo porque esperaremos honestidade da parte dois outros para conosco, mas devemos sê-lo, antes de tudo, porque respeitamos ao nosso Criador, e queremos agradá-lo e tão somente.

Se alguém buscar ser honesto apenas na medida em que os demais que o cercam são honestos com ele, não encontrará, de fato, motivação verdadeira para ser honesto e, eu creio, pois assim tenho aprendido de Deus por toda a minha vida, que isso vale para todas as áreas em que me relaciono.

Fácil ser assim? De modo algum, é deverás dificílimo! E eu mesmo vos confesso os meus inúmeros fracassos em tentar sê-lo, mas eu não posso vir aqui e vos falar de maneira diferente dessa que que vos falo agora, pois isso tornaria a minha própria situação, ainda pior.

Antigamente, eu considerava a questão da honestidade, apenas como algo social, mas hoje eu sei que não é, que vai muito além, trata-se de estar ou ligado a videira verdadeira que é Jesus. Quando eu considerava apenas como questão social, eu me apegava demasiadamente a detalhes menores e curiosos.

Durante quase vinte anos eu trabalhei como educador em grande instituição de ensino técnico frequentada diariamente por centenas de alunos. Como não podia deixar de ser, ocorria com certa frequência de alunos (em geral jovens de 14 a 18 anos) esquecem objetos e pertences pessoais nas salas de aulas e laboratórios.

Como trabalhávamos as turmas de alunos em dupla de educadores, eu sempre discutia com meu parceiro a forma como devíamos lidar com tais objetos: meus colegas sempre acordavam que eles deviam ser recolhidos e guardados, para depois ser devolvidos, mas como não havia sistema de trabalho um processo específico para lidar com achados e perdidos, eu acreditava que tais objetos nem deveriam ser tocados, mas sim deixados no mesmo local em que se encontravam (desde que não estivessem causando impedimento às atividades).

Eu acreditava que, se todos pensassem assim, apenas o legítimo proprietário removeria dali o seu próprio pertence, ao se lembrar e procurar por ele e tudo estaria em paz. Eu gostava de fazer assim pois, inúmeras vezes que eu cedi a orientação dos meus colegas de trabalho, e recolhia e guardava um objeto abandonado ou esquecido, que não me pertencia e ocorria que muitas semanas, ou mesmo até meses, se passavam sem que ninguém o procurasse comigo, ou mesmo que eu me lembrasse dele e saísse a caça do desleixado proprietário.

O fato é que, nas atividades do nosso dia a dia naquela instituição, aquela não era a minha atribuição, e daquilo que era a minha atribuição, o meu dia já era cheio, de modo que, até hoje eu ainda não sei dizer, ao certo, se o correto era recolher, como faziam meus colegas ou deixar aonde estava, como eu mesmo preferia fazer. Pode parecer uma visão tola e utópico, mas eu olho mesmo o mundo, como extensão da minha própria casa, e sinto que é natural que eu não tome o que é de outro e que outro não tome o que é meu, estejam tais coisas onde estiverem.

De qualquer modo, existia ali, da parte de todos, a preocupação de ser honesto e não se sentir autorizado a sair tomando posse do que não nos pertencia e isso me fazia sentir como quem trabalha em algo que me tornava abençoado e que a fonte de bençãos era Aquele que a tudo vê, por mais que se busque ocultar.

De lá para cá, as circunstâncias sociais e culturais, notadamente aqui no Brasil, se degradaram e os padrões morais, aos poucos, parecem que vão desaparecendo. O crime e desonestidade parecem moda e já nem chocam mais. Isso é triste, mas é evidente, no entanto é também natural, para quem conhece as escrituras e crê que tudo que está profetizado ali, ocorrerá de fato, a seu tempo.

Está muito mais difícil, hoje em dia, para mim, encontrar um local onde eu possa estar ou trabalhar, que me faça sentir abençoado como eu me sentia outrora. Até mesmo no meio de uma congregação de cristãos, hoje em dia, eu fico impressionado, e confesso, até mesmo revoltado, com a facilidade que se aceita a desonestidade. Chegasse ao cúmulo de se considerar uma benção, encontrar e não devolver, algo de valor que não nos pertença. Doí demais ouvir isso, até mesmo em pregações de ministros da Palavra. A única coisa que dá alento pessoal, é realmente saber que isso tudo se trata, DO TEMPO que se trata, o qual a palavra de Deus predisse, desde longa data.

Eu agradeço a Deus o fato de eu continuar não desejando tomar de outro aquilo que não me pertence, por desonestidade mas, eu como ser humano, continuo pecador, e posso hoje mesmo estar preso a algum tipo de pecado ou buscando simplesmente ocultar conduta imprópria do meu passado por temer que isso me desqualifique na congregação.

Todavia, neste ponto, ser totalmente honesto implica também em buscar ajuda, com um presbítero ou ancião cristão, confessando o meu pecado a fim de receber ajuda para restabelecer a minha preciosa relação com Deus.

Sim, devemos confessar os nossos pecados às pessoas que podem nos ajudar. Quando um certo Simão reconheceu seu erro, ele pediu as orações de Pedro: "Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que haveis dito venha sobre mim. (Atos 8:24b). Tiago disse: "Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo" (Tiago 5:16).

Bíblia diz ainda: “Não deprecies a disciplina da parte de Jeová, nem desfaleças quando és corrigido por ele; pois Jeová disciplina aquele a quem ama.” — Hebreus 12:5, 6.

Mas como eu poderei encontrar facilidade em me confessar com um irmão, cujas próprias palavras diante da congregação o condenam, e fazem estimular o coração do simplório a cobiça e ao desejo desonesto? Não seria isso como que atirar pérolas aos porcos?!? Por isso o meu próprio coração se angustia até a morte e a minha alma anda cheia de revolta.

“O justo está andando na sua integridade”, diz Provérbios 20:7. Uma pessoa honesta é uma pessoa de integridade. Ela nunca trapaceia ou engana os outros. Não é assim que você quer que outros o tratem? A honestidade é parte essencial da verdadeira adoração a Deus e expressão do nosso amor a Ele. Por sermos honestos, mostramos nosso desejo de seguir o princípio de conduta expresso por Jesus: “Todas as coisas, portanto, que quereis que os homens vos façam, vós também tendes de fazer do mesmo modo a eles.” — Mateus 7:12; 22:36-39.

Nem mesmo o tal do "ladrão que rouba um ladão" terá os tais propagados "cem anos de perdão". Essa é apenas mais uma falácia diabólica da nossa vã cultura, que quando não é plenamente inútil, vai ainda além, e destrói almas preciosas. “É melhor ser pobre e honesto do que mentiroso e tolo.” Pv.19:1. E ser mentiroso para com as coisas referentes ao Reino de Deus é algo terrível.

Ser honesto em todas as ocasiões pode ter seu preço, mas a consciência limpa que resulta disso vale muito mais do que qualquer custo envolvido. No final das contas, ser honesto e justo traz a maior das recompensas, a qual não tem preço: a boa relação com Jeová. Por que arruinar essa relação valendo-se da desonestidade só para salvar as aparências ou obter alguma vantagem ilegal? Seja qual for o desafio que tenhamos de enfrentar, podemos confiar nas palavras do salmista: “Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e que não atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos.” — Salmo 40:4. 

Que o Senhor tenha misericórdia de mim, pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo de impuros lábios.

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Este trabalho de André Luis Lenz, foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
 
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