quinta-feira, 28 de julho de 2011

Niilismo: doença da má vontade humana e do esgotamento dos projetos políticos


O mundo que a humanidade criou não é bom em sua essência e a vida nele não é bela, e quem insiste em afirmar o contrário disso, ou mente para os outros ou tenta enganar a si próprio. A sociedade está afetada de profundos males. O espetáculo das corrupções, do impudor, que em torno de nós se ostentam, a febre das riquezas, o luxo insolente, o frenesi da especulação que, em sua avidez, chega a esgotar, a estancar as fontes naturais da produção, a miséria, a violência, o tráfico e a dependência de drogas, tudo isso enche de tristeza o pensador.

Seria tal resultado o fruto do simples acaso, reflexo da irremediável inadequação e incapacidade humana para a felicidade, ou será que tal resultado está consoante com o interesse de quem governa o mundo?

Apesar dos esforços de pessoas bem-intencionadas, o mundo tem sofrido terrivelmente no decorrer da sua história. Isto faz com que pessoas refletivas se perguntem: “Paz na Terra” – quase todo mundo deseja isso. “Boa vontade para com os homens” – quase todos os povos do mundo nutrem tal sentimento de uns para com os outros. Então, o que há de errado? Por que se fazem ameaças de guerra apesar dos desejos inatos dos povos?”

Parece um paradoxo, não parece? Ao passo que o desejo natural das pessoas é viver em paz, elas comumente se odeiam e matam umas às outras – e com tanta depravação! Considere as monstruosas crueldades cometidas a sangue frio. Os seres humanos têm usado câmaras de gás, campos de concentração, lança-chamas, bombas napalm e outros hediondos métodos para torturar e matar uns aos outros sem piedade, crimes comuns como assassinatos e latrocínios ocorrem diariamente de forma banal.

A questão é: será que devemos crer que os seres humanos, que anseiam a paz e a felicidade, sejam capazes, por si sós, de cometer tão crassa perversidade uns contra outros, seus semelhantes? Já se perguntou alguma vez se existe alguma força que impulsiona ou que direciona os seres humanos a atos repulsivos? Se existe alguma força perversa, invisível, que influencia as pessoas a cometerem tais atos de violência, fazendo-as sentirem-se compelidas a tais atrocidades? Existe poder exterior capaz de conduzir uma mente humana a loucura e a insanidade?

Quem realmente governa o mundo? Muitos, notadamente as pessoas mais simples, responderiam à pergunta acima com uma só palavra – Deus. Mas é significativo que em parte alguma a Bíblia, que é a Palavra de Deus, nos afirme que Jesus Cristo ou seu Pai sejam os verdadeiros governantes deste mundo. Ao contrário, Jesus disse: “Será lançado fora o governante deste mundo.” E acrescentou: “O governante do mundo está chegando. E ele não tem nenhum poder sobre mim.” – Jo 12:31; 14:30; 16:11. Dai, eu concluo que o governante deste mundo esteja, de fato, operando em oposição a Jesus.

Eu creio que a Bíblia nos mostra claramente que há alguém inteligente, invisível, controlando tanto homens como nações. Ela nos diz: “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” E a Bíblia o identifica-o, dizendo: “O chamado diabo e satanás... está desencaminhando toda a terra habitada”. – 1 Jo 5:19; Re (Ap) 12:9.

Certa ocasião, ao ser “tentado pelo diabo”, Jesus não contestou o papel de Satanás como governante desse mundo. A Bíblia explica o que aconteceu: “O diabo levou-o a um monte extraordinariamente alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles, e disse-lhe: “Todas estas coisas te darei, se te prostrares e me fizeres um ato de adoração.” Jesus disse-lhe então: “Vai-te, satanás!” – Mt 4:8-10.

Pense nisso, satanás tentou Jesus por oferecer-lhe “todos os reinos do mundo”. Mas, teria a oferta de satanás constituído uma genuína tentação se satanás não fosse realmente o governante daqueles reinos? Não, não teria. E note que Jesus não negou que todos aqueles governos do mundo pertencessem a satanás, o que certamente teria feito se satanás não tivesse poder sobre eles. Assim sendo, satanás, o diabo, é realmente o governante desse mundo! De fato, a Bíblia o chama de “o deus deste sistema de coisas”. (2 Co 4:4).

Deste modo, o mundo que conhecemos e que vivemos (não o planeta Terra em si, ou a sua natureza, mas os sistemas e os modos de vida humanos) é hoje um lugar ruim, desagradável e fonte de malefícios para os próprios seres humanos. Não é a toa que, em seu desespero, por viver sob tais circunstâncias, os homens, sob a influência e interesse do governante deste mundo, inventem coisas do tipo do conceito filosófico do niilismo, criado no século XIX e que afeta as mais diferentes esferas do mundo contemporâneo (literatura, arte, ciências humanas, teorias sociais, ética e moral).

O niilismo é a desvalorização e a morte do “sentido da vida”, a ausência de “finalidade” e de resposta ao “porquê”. Os valores tradicionais depreciam-se e os "princípios e critérios absolutos dissolvem-se". Segundo o conceito filosófico do niilismo, "tudo é sacudido, posto radicalmente em discussão. A superfície, antes congelada, das verdades e dos valores tradicionais está despedaçada e torna-se difícil prosseguir no caminho, avistar um ancoradouro". Pela sua forma de abordagem crítica, o niilismo leva o homem a acreditar na “abissal ausência de cada fundamento, de cada verdade, de cada critério absoluto e universal” e, convoca-os, por fim, a assumir total controle da sua “própria liberdade e responsabilidade, agora não mais garantidas, nem sufocadas e nem controladas por nada".

Mas, nesta dinâmica prevalecem também traços destruidores, como os do declínio, do ressentimento, da incapacidade de avançar, da paralisia, do “vale-tudo” e do perigoso silogismo ilustrado pela frase do personagem de Dostoiévski: "Se Deus está morto, então tudo é permitido". Entende-se por Deus neste ponto como a verdade e o princípio, que se esvaziaram, segundo o entendimento do niilismo.

Assim, o niilismo é, em suma, a “arte de negar a Deus”, todavia, a negação de Deus, já existia, muito tempo antes do niilismo ser inventado. De fato, até mesmo o primeiro homem que veio a existência, negou ao seu Deus criador, desprezou-lhe a soberania por desobedecê-lo em uma única proibição restritiva que Ele estabelecera. E, como consequência de nossa queda por desobediência, desde o princípio orquestrada pelo governante deste mundo, é que Deus passou nos instar continuamente: “Sê sábio, filho meu, e alegra meu coração, para que eu possa replicar àquele que me escarnece.” - Pr. 27:11 e ainda nos esclarece, assim como confessou o profeta Jeremias: “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho, nem do homem que caminha o dirigir os seus passos” - Jr 10:23.

Friedrich Nietzsche, um influente filósofo alemão do século XIX, que intitulou a si próprio, a seu tempo, de “o primeiro niilista de fato”, pretendeu ser o grande "desmascarador" de todos os preconceitos e ilusões do gênero humano, aquele que ousa olhar, sem temor, aquilo que se esconde por trás de valores universalmente aceitos, por trás das grandes e pequenas verdades melhor assentadas, por trás dos ideais que serviram de base para a civilização e nortearam o rumo dos acontecimentos históricos.

A cultura ocidental e suas religiões, assim como a moral judaico-cristã, foram temas comuns nas obras de Nietzsche, que também se intitulava ateu: "Para mim o ateísmo não é nem uma consequência, nem mesmo um fato novo: existe comigo por instinto". Aos 35 anos de idade seu estado de saúde obrigou-o a deixar o seu posto de professor de filologia na universidade de Basileia, pois sua voz, inaudível, afastava os alunos. Nietzsche começa então a escrever em um ritmo crescente, manobrando a língua alemã escrita como ninguém antes, e, aos poucos vai sendo devastado por uma miopia que atinge até 15 graus, que o fazia andar como que às cegas, tateando com as mãos ou com a bengala o perigoso espaço embaçado que imaginava na sua frente, até que, em 3 de Janeiro de 1889, quando, aos 44 anos de idade foi acometido de uma "crise de loucura" que o coloca sob a tutela da sua mãe e de sua irmã, até a sua morte, aos 55 anos de idade.

No niilismo, o mundo não tem ordem, estrutura, forma e inteligência. Nele, as coisas "dançam nos pés do acaso" e somente a arte pode transfigurar a desordem do mundo em beleza e fazer aceitável tudo aquilo que há de problemático e terrível na vida. A verdade é sempre subjetiva"; "Deus está morto: não existe qualquer instância superior, eterna. O Homem depende apenas de si mesmo";

Para Nietzsche, a liberdade não é mais que a aceitação consciente de um destino necessitante. O homem libertado de qualquer vínculo, senhor de si mesmo e dos outros, o homem desprezador de qualquer verdade estabelecida ou por estabelecer e estar apto para se exprimir a vida, em todos os seus atos - era este não apenas o ideal apontado por Nietzsche para o futuro, mas a realidade que ele mesmo tentava personificar.

"'Que é o bom?' − diz Friedrich Nietzsche [em O Anticristo].
− O poder!

Que é o mau?
− A fraqueza!

Que é a felicidade?
− O sentimento de que o poder se engrandece, de que foi superada uma resistência. Comedimento, não; porém mais poder; não a paz antes de tudo, mas a guerra; não a virtude, mas o valor! Pereçam os fracos e os estropiados. E que ainda os ajudemos a desaparecer.

Que pode haver de mais pernicioso do qualquer vício?
− A piedade pelos fracos e desclassificados!”

Eis aí, o que os escritores e filósofos materialistas difundem nas folhas públicas. Têm eles verdadeiramente consciência da responsabilidade que contraem? Consideram a safra que tal sementeira produzirá? Sabem que, vulgarizando essas doutrinas desesperadoras e iníquas, metem na mão dos deserdados a tocha dos incêndios e os instrumentos de morte?

Essas doutrinas parecem, a primeira vista, ser inofensivas e ter a propriedade de acalmar ou fazer cessar as dores, inofensivas aos felizes, aos satisfeitos, aos céticos que gozam, que possuem com o necessário o supérfluo, e com elas justificam todos os seus apetites, desculpam todos os seus vícios; mas os que a sorte fere, os que padecem e sofrem, que uso, que aplicação farão de tais doutrinas?

A enorme polêmica que envolve até hoje a real importância do pensamento de Nietzsche para o surgimento do nazismo, ou pelo menos fornecendo-lhe o vocabulário estridente e várias expressões ideológicas, nos obriga a arrolar a evidente similitude do pensamento nietzscheano com o que veio a acontecer depois na Alemanha de 1933. Afinal, a irmã dele, Elizabeth Vöster-Nietzsche deu a bengala do filósofo de presente para Hitler, quando ele visitou-a em Weimar em 1932. Para ela, aquele presente foi um símbolo que representou a transmissão de uma missão! Do teórico ao prático. Do filósofo, que passara os seus últimos anos de vida alienado e entrevado, ao homem capaz de ação efetiva.

Ao que parece, Friedrich Nietzsche não era a princípio antissemita, apenas anticristão, entretanto parece que Elizabeth Nietzsche, durante os anos que tomou conta do irmão, aproveitou-se da condição física do mesmo para modificar os trabalhos que ele havia escrito, principalmente os trabalhos relacionados a sua posição perante outras raças, mudando assim o sentido de muitas de suas dissertações e teorias. É de conhecimento público o apreço que ela tinha pelo antissemitismo.

Algumas errôneas ciências, que buscam se identificar como ciências da matéria mas que, e fato, são humanas e em nada têm a ver com as ciências físicas, com as suas implacáveis afirmações, com as suas inexoráveis leis da hereditariedade e do atavismo, quando ensina que a fatalidade e a força regem o mundo, aniquila todo impulso, toda energia moral nos fracos e nos deserdados da existência; faz penetrar o desespero no lar de inúmeras famílias e instila o seu veneno até o âmago das sociedades!

Os materialistas, ao esforçarem se em apagar o nome de Deus no coração do povo, dizendo-lhes que tudo se resume nos prazeres da Terra; que todos os apetites são legítimos e que a vida é uma sombra efêmera, fazem o povo assim acreditar; calando-se as vozes íntimas que lhe falavam de esperança e de justiça. As almas fecharam-se à fé, para se abrirem às más paixões: o egoísmo que expulsa a piedade, o desinteresse e a fraternidade e a paixão pela destruição, por si só, é tida uma paixão criativa.

Apesar de Nietzsche ter visto Bakunin como um teórico do ressentimento ou desejo reativo, as suas próprias teorias herdaram daquele muito da sua essência, não apenas no que diz respeito das relações do homem com o seu poder superior, o seu Deus, como também para a doutrina das interações humanas contida nela. Para Bkunin, "(...) se Deus existisse, só haveria para ele um único meio de servir à liberdade humana: seria o de cessar de existir."

Sem ideal em sua triste vida, sem fé no futuro, sem luz moral, o homem retrocede-se ao estado bestial; sente o despertar dos seus ferozes instintos, entrega-se à cobiça, à inveja, aos arrastamentos desordenados. E agora, as feras rugem na sombra, tendo no coração o ódio e a raiva, prontas a despedaçar, a destruir, a amontoar ruínas sobre ruínas, ao comando do interesse do verdadeiro governante deste mundo.

O homem hipermoderno substitui a autoridade divina pela História, pela tecnociência, a razão e o progresso. Iludido de que é livre em função das possibilidades que a sociedade de consumo oferece, esse homem tem no individualismo o cerne de suas relações sociais, “apesar de um discurso vago e propagado de solidariedade, numa era de democracia digital”.

A ideia do Super-homem de Nietzsche era de um ser que haveria alcançado o estágio superior, separando-se da piedade, do sofrimento, da tolerância e da fraqueza. O super-homem também não acreditaria em Deus, aproveitando o máximo de sua vida, sendo também capaz de determinar o bem e o mal sem a intromissão de nada exterior a ele. A felicidade desse super-homem só seria alcançada pela capacidade de determinar seus próprios valores, que deveriam estar sempre em estado constante de mudança, que para Nietzsche era a fonte do prazer.

Isso equivale a estender a máxima de Bakunin quando aquele afirma que: "A Liberdade do outro estende a minha ao infinito." Todavia, como na ordem das coisas tudo se encadeia, tudo produz os seus frutos, o mal profusamente semeado parece, de modo natural, atrair após si a dor e a tempestade. Esse é o aspecto formidável da situação. Parece que aos poucos vamos atingindo não a verdadeira paz mas, uma hora sombria da História humana.

Desgraçados dos que sufocaram as vozes da consciência, que assassinaram o ideal puro e desinteressado, que ensinaram ao povo que tudo era matéria, e a morte, o nada! Desgraçados dos que não quiseram compreender que todo ser humano tem direito à existência, à luz e, mais ainda, à vida espiritual; que deram o exemplo do egoísmo, do sensualismo e da imoralidade! "Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, porque a eles pertence o reino dos céus.” (Mat. 5:3)

Contra essa sociedade que não oferece ao homem nem amparo, nem consolação, nem apoio moral, uma tempestade furiosa se prepara, ainda maior que todas as tempestades que se levantaram outrora. Raios do seio das multidões, por vezes continuam a fuzilar, a hora da cólera se avizinha. Porque não é sem perigo que se comprime a alma humana, que se impede a evolução moral do mundo, que se encerra o pensamento no círculo de ferro do ceticismo e do negativismo.

Chega um dia em que esse pensamento retrocede violentamente, em que as camadas sociais são abaladas por terríveis convulsões e não se pode culpar a ninguém disso, a não ser a consequência do proceder do próprio homem.

Ergue, porém, a tua fronte, ó homem! Recobra a esperança. Um novo clarão vai descer dos espaços e iluminar o teu caminho. Tudo o que até agora te ensinaram era estéril e incompleto. Os materialistas não perceberam das coisas mais que a aparência e a superfície. Eles não conhecem da vida infinita senão os aspectos inferiores. O sonho deles é um pesadelo.

Quanto a mim, eu vou continuar esperando no Senhor, confiando Nele, pois sei que o mais Ele o fará. Eu e minha casa serviremos ao Senhor. Assim, como eu espero no Senhor, em tudo, o Senhor também espera de mim algumas coisas simples: "Já te foi dito, ó homem, o que convém, o que o Senhor reclama de ti: que pratiques a justiça, que ames a bondade, e que andes com humildade diante do teu Deus." Mq 6:8.

domingo, 24 de julho de 2011

CPI do BANESTADO (2003): Quando o PT do Lula perdeu sua grande chance (e passou a dar mole para os Mega Corruptos).


(última atualização: 12/2018, publicado originalmente em meados de 2011)

Escândalo do Banestado foi um esquema de corrupção envolvendo empresários, políticos e doleiros para o envio de dinheiro ao Exterior, via as famigeradas e hoje inexistentes Contas CC5.

A Comissão Parlamentar (Mista) de Inquérito (CPI) de Evasão de Divisas, ou CPI do Banestado foi criada pela Câmara dos Deputados em 26 de Junho de 2003, a fim de investigar as responsabilidades sobre a evasão de divisas do Brasil para paraísos fiscais, entre 1996 e 2002, quando foram retirados indevidamente do país mais de 30 bilhões de dólares através de contas CC5 do Banco do Estado do Paraná ou Banestado, segundo estimativas reveladas pela operação Macuco, realizada pela Polícia Federal.

As fraudes foram descobertas na segunda metade dos anos 90 e posteriormente investigado pelo juiz federal Sérgio Moro (o mesmo da Lava Jato). Dentre os inúmeros golpes que o Brasil já sofreu em sua história, à época, o caso se revelou como um dos maiores planos criminosos já montados no País e, recentemente, o caso foi relembrado como ponto de partida da nova série de José Padilha para a Netflix "O Mecanismo".

Um dos personagens (reais) principais daquele escândalo é o mesmo que depois reapareceu na Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef. Ele era o responsável por enviar o dinheiro obtido de forma ilegal a outros países usando dados de "laranjas". O principal destino dos recursos eram as contas na agência do Banco do Estado do Paraná (BANESTADO) em Nova York.

Os montantes desviados, estimados na casa das dezenas de bilhões de dólares, foram transferidos a partir de 1996, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), segundo as investigações (saiba detalhes pela ISTOÉ - DINHEIRO). Contudo, na série O Mecanismo, o caso só é mostrado com seus desdobramentos a partir de 2003, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) causando na opinião pública uma distorção de fatos históricos, que só ajuda aos canalhas e corruptos mores do Brasil a dar continuidade permanente ao sistema iníquo que produz a corrupção.

Não obstante o fato à época do governo petista, foi instalada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o escândalo, e que em um ano e meio de investigações, o relatório indicou o indiciamento de 91 pessoas (ver nota 1, no final) por crimes contra o sistema financeiro, sonegação, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção ativa, fato lamentável foi que, ao assumir as rédeas do poder executivo federal em 2003, o PT - Partido dos Trabalhadores - fez uma opção pela continuidade (ou, pela "governabilidade"), e não pela ruptura com os antigos regimes corruptos, consequentemente ajudando a enterrar aquilo que deveria ter sido os desdobramentos judiciais da CPI do Banestado.


Disse-me também o SENHOR: Toma uma ardósia grande e escreve nela de maneira inteligível: Rápido-Despojo-Presa-Segura. Tomei para isto comigo testemunhas fidedignas, a Urias, sacerdote, e a Zacarias, filho de Jeberequias. Fui ter com a profetisa; ela concebeu e deu à luz um filho. Então, me disse o SENHOR: Põe-lhe o nome de Rápido-Despojo-Presa-Segura (ou "Apresse o Espólio, Acelere o Saque"). Isaías 8:1-3.

Estes versos da Bíblia, referentes ao nome dado ao segundo filho do profeta Isaías (Maher-shalal-hash-baz), refletem em sua simplicidade, um princípio básico da estratégia da arte da guerra. Havendo oportunidade, os combates devem ser rápidos, a vitória fulminante e com o menor custo possível.

O governo Lula teve esta oportunidade, de liquidar e fazer calar a seus opositores políticos. A batalha, que não houve, era contra o PFL e seu aliado, o PSDB. O momento foi a CPI do BANESTADO, o ano o de 2003, auge do capital político e popularidade de Lula.

Naquela conjuntura, o Planalto preferiu negociar a aprovação da reforma da Previdência, transformando em pizza mais um escândalo de evasão de divisas do país (o segundo maior de toda a sua história): Afastou o delegado José Francisco de Castilho Neto e sua elogiadíssima equipe de peritos e agentes. Estes federais ganharam o respeito rastreando o caminho do dinheiro, indo investigar nos Estados Unidos: O prêmio ao retornarem para o país, foi o descrédito e a geladeira.

Lula tinha a faca e o queijo na mão, mas escolhera mal seus executores, pois fez alianças por dentro do mundo policial com o grupo anterior. E ainda, apenas para manter o padrão de sua trajetória política, hesitou em atirar na hora certa. Dois anos depois, chorou a chance perdida e quase viu tudo ruir, com a CPI do mensalão.

Na frente operacional, escolheu um grupo de confiança continuísta. A começar pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), indicado pelo ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos e respaldado pelo PFL. O delegado Paulo Lacerda, foi mais um dos federais fiéis ao grupo de Romeu Tuma, sendo que o próprio Lacerda fora assessor parlamentar de Tuma por longos seis anos. A gestão e presença de Romeu Tuma foi um divisor de águas dentro da mais respeitada e capaz instituição policial do país.

O ex-diretor do DOPS de São Paulo deparou-se, há 26 anos atrás, com uma PF civil, judiciária, altamente operacional, em vias de sindicalização e com ideologia constitucionalista. Para amparar-se, apoiou-se num tripé: - as prerrogativas dos militares; - a lealdade ao Palácio do Planalto; - a cobertura aos delegados da velha guarda. Boa parte dos conflitos internos da PF tiveram aí a sua origem.

Para culminar os erros, a lealdade da PF não foi inteiramente garantida. Muito em função de dois movimentos do titular do MJ:

O primeiro foi a demissão, ainda em 2003, de Luís Eduardo Soares, homem com trânsito nas federações e sindicatos de peritos e agentes, e apoiador destes servidores na mudança da Lei Orgânica, que rege a Polícia Federal. Caso a alteração fosse aprovada, a PF teria implantado o modelo do FBI, com academia e cargo inicial únicos. Seria o fim dos poderes atribuídos aos delegados, completando a medida iniciada com a Constituição de 1988, que já retirara destes o poder de prender para averiguação.

A segunda foi o endurecimento na greve dos agentes, papiloscopistas e peritos federais, iniciada em abril de 2004. Com a derrota do movimento grevista da PF, os setores mais ativos da corporação se distanciam do governo, entregando-o à própria sorte. Lula ficou, então, à mercê da vontade política da dupla Romeu Tuma e Paulo Lacerda, e seu corpo de diretores, superintendentes e delegados leais aos “velhos tempos”.

Não por acaso, a montagem do flagrante nos Correios, que deu inicio a CPI do mensalão, partiu da ABIN. Se fosse apenas um caso de corrupção, uma sindicância aberta e posteriores investigações da PF resolveriam o assunto. Com o flanco operacional desguarnecido, puseram a bomba relógio chamada Maurício Marinho no colo de Roberto Jefferson. Este, ao ver-se abandonado pelo então chefe de governo José Dirceu, a atira de volta. A partir daí a história já é mais do que conhecida.

Voltando ao flanco político, especificamente ao Congresso e a CPI do Banestado, observamos o seguinte:

Sem vontade política para apurar, com medo de desagradar ao sistema financeiro, apavorado com a hipótese de pôr grandes instituições em rota de colisão com o Banco Araucária e o Banestado na gestão do governador Jaime Lerner (PFL-PR), a maioria do governo concorda em arquivar a CPI.

Vale lembrar, investigações preliminares indicaram um desvio de mais de US$ 30 bilhões de dólares entre roubo aos cofres públicos e evasão de divisas através das famosas contas CC-5. Ainda assim, Sarney e Mercadante prepararam a pizza. Dois anos depois, os ventos mudaram e a pizza azedou. Tivessem emparedado o senador Jorge Bornhausen (PFL/SC), este teria renunciado e não partido para cima do governo, conforme o mesmo declarou, disposto “a acabar com essa raça petista”.

Vale lembrar, em 2003, o governo Lula tinha um rolo compressor no Congresso. Para demarcar o terreno da rinha, uma esporada precisa alcançava e resultava. Não precisaria nem ressuscitar investigações arquivadas no governo FHC, tais como: a compra de votos para a emenda da reeleição; a fraude no leilão do Sistema Telebrás, conhecido como o grampo do BNDES; a CPI do sistema financeiro, quando Salvatore Cacciola pagou o pato sozinho por mais de 1.200 pessoas físicas e jurídicas que lucraram, e muito, com a desvalorização do Real; isso sem falar em privatizações escandalosas como a da Cia. Vale do Rio Doce. Bastava um tiro e este não foi dado.

Um dos problemas da “esquerda”, quando ela se posiciona mais à direita, é o fato desta nova fração de classe dirigente, tentar se confundir e entrosar com a direita orgânica. Os operadores políticos do governo podem querer fazer parte do time, mas destes, só Palocci entrou pra valer, na ocasião, para o clube dos eleitos e favoritos. Os demais são uma moda passageira, que ao primeiro descuido, serão combatidos com a tenacidade de sempre. A equipe original de Lula (e de José Dirceu) confundiu-se com a direita, lavando o discurso, rebaixando a plataforma e até adotando alguns de seus métodos. Só esqueceu do principal, de assegurar com tenacidade a vitória, quando esta esteve a cair de madura (Maher-shalal-hash-baz, dizia-lhes, mas não ouviram ao Senhor)

Tamanha displicência em um governo com políticos tão experientes, recheado de ex-guerrilheiros, é quase inexplicável. Basta recordar o que fez José Serra em 2002 para entender o que dizemos. Com um tiro certeiro, Serra tirou a aliada Roseana Sarney do páreo. Bastou rosnar para os correligionários Paulo Renato e Tasso Jereissati e os dois tiraram o time de campo.

A CPI do Banestado foi a batalha que o governo Lula, em nome da pressuposta governabilidade, abdicou de ganhar. Isso não custou a amarga mazela do governo e do partido se esvair em sangue, pouco a pouco, com funeral em 2006, como pretendiam seus reais adversários (o PT hoje, diante de toda incredulidade, se encontra na 3º gestão presidencial consecutiva, o que lhes aumenta ainda mais a estupidez), todavia, custou de certo, ao partido e particularmente ao Sr. Luiz Inácio da Silva, o direito de mudar verdadeiramente, do ponto de vista político, a história do Brasil. Nunca mais o PT teve ou terá outra chance igual ... nunca mais!

Uma consequência de tanta complacência injusta, fez resultar no alongamento da história do doleiro do Banestado (escândalo de corrupção originado no tempo do governo do PSDB), chegando praticamente incólume ao Petrolão, passando pelo Mensalão (estes últimos, ambos escândalos de corrupção da era petista), a longa ficha corrida do "fora da lei profissional" Alberto Youssef, especialista em roubar o Brasil (junto com banda podre dos políticos) e sempre fazer "bons acordos" com a Justiça.

Veja, também, o complemento deste artigo em: CPI do Banestado: Quando o PT do Lula perdeu sua grande chance! (Entenda o que foi "Um dos Maiores Golpes Econômicos da História do Brasil")

Notas:


  1. O relatório final da CPI, de autoria de José Mentor (do PT, ver nota 2) pedia o indiciamento dos 91 suspeitos, dentre os quais, Gustavo Franco, presidente do Banco Central no governo tucano, e Celso Pitta, ex-prefeito de São Paulo, e Samuel e Michel Klein, donos das Casas Bahia. Tentando desbaratar o esquema, o Ministério Público denunciou ainda o senador Jorge Bornhausen, à época presidente do PFL (atual DEM).                                                                                                                                                                                                                         .
  2. Com fim da CPI do Banestado de um modo inócuo aos suspeitos acusados, mantendo intocado o sistema iníquo, dois anos depois José Mentor passaria da condição de acusador para a de acusado, primeiro no mensalão, e prosseguindo como acusado, até os dias de hoje, com seu nome compondo a Lista de Janot). O desempenho do relator da CPI, o deputado José Mentor, foi bastante criticado, sendo ele acusado por alguns parlamentares de ter sabotado a CPI. Mentor foi autor também de um polêmico projeto que se aprovado daria anistia a todas as pessoas que enviaram ilegalmente para o exterior. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, criticou duramente os resultados da CPI: “Fica frustrada a votação de seu relatório em função de pura briga política de políticos que ficaram todo o tempo sob holofotes, me parece tentando apenas captar vantagens eleitorais e não com o objetivo de prestar um serviço à nação”

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dons e milagres: O sobrenatural no cristianismo.

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Muitos dos que defendem o cristianismo estão divididos em suas opiniões. Alguns aceitam como fatos os relatos bíblicos sobre os milagres realizados por Jesus ou pelos servos de Deus dos tempos pré-cristãos.

No entanto, muitos concordam com o reformador protestante Martinho Lutero. Sobre ele, “The Encyclopedia of Religion”, diz: “Tanto Lutero como Calvino escreveram que a era dos milagres findou e, por isso, as pessoas não deviam mais esperar que eles ocorressem”.

A Igreja Católica sustentou sua crença em milagres “sem tentar explicar como eles aconteceram”, diz essa obra de referência. Contudo, “a comunidade protestante acadêmica chegou à conclusão de que a prática do cristianismo era, principalmente, uma questão de moralidade (ética protestante), e que nem Deus nem o mundo espiritual se comunicavam ou influenciavam de forma significativa o dia-a-dia do ser humano, criando intensas ansiedades no indivíduo, cujo meio prático de reduzir tomou a forma de um empenhamento sistemático para uma chamada, ou seja, ao trabalho árduo, frugalidade, e autodisciplina, refletindo em recompensas materiais que não são consumidas pessoalmente, mas guardadas e que são reinvestidas. ”.

Outros, professos cristãos, incluindo alguns clérigos, duvidam que os milagres mencionados na Bíblia tenham sido reais. Por exemplo, tome o caso da sarça ardente, mencionado na Bíblia em Ex 3:1-5. O livro “O Que a Bíblia Realmente Diz” explica que vários teólogos alemães não acham que o relato seja de um milagre literal. Em vez disso, eles o interpretam como “um símbolo da luta interior de Moisés contra sentimentos de remorso e intensa dor de consciência”. O livro ainda diz: “As chamas também podem ser vistas como sendo flores que desabrocham repentinamente diante da luz da presença divina, comparada ao Sol”.

Talvez essa explicação não te satisfaça , assim como não satisfaz a mim, então, em que deveríamos acreditar? Será que é realístico acreditar que os milagres realmente aconteceram? E o que dizer dos milagres atuais? A quem podemos perguntar sobre tais coisas?

Ninguém pode negar que a Bíblia relata que, no passado, Deus realizou atos humanamente impossíveis. Lemos sobre ele: “Passaste a tirar teu povo Israel da terra do Egito, com sinais e “com milagres,” e com mão forte e com braço estendido, e com coisa muito espantosa.” (Je 32:21) Imagine, a nação mais poderosa daquele tempo foi humilhada por meio de dez pragas enviadas por Deus, o que incluiu a morte do primogênito da nação. Realmente, foram milagres! — Ex cap. 7 a 14.

Séculos mais tarde, os escritores dos quatro evangelhos descreveram cerca de 35 milagres realizados por Jesus. De fato, tais narrativas sugerem que ele tenha realizado muito mais milagres do que os que foram mencionados. São esses relatos fatos ou ficção? — Mt 9:35; Lc 9:11.

Se a Bíblia é o que ela afirma ser — “a Palavra de Deus” — então você tem um forte motivo para acreditar nos milagres registrados nela. A Bíblia é clara ao mencionar que no passado ocorreram milagres — curas, ressurreições e coisas assim. A Bíblia menciona diversos tipos de milagres, por exemplo: Ex 7:19-21; 1Re 17:1-7; 18:22-38; 2Re 5:1-14; Mt 8:24-27; Lc 17:11-19; João 2:1-11; 9:1-7.

Muitos desses milagres serviram para identificar Jesus como o Messias e provar que ele tinha o apoio de Deus. Os primeiros seguidores de Jesus mostraram dons milagrosos, como falar em línguas e discernir expressões inspiradas (profecias) . (At 2:5-12; 1Co 12:28-31). No início da congregação cristã, esses dons milagrosos foram úteis, no sentido de que eles testificavam aos não crentes que Deus estava usando a congregação cristã, de que ela era aprovada por Deus.

O relato do dia do Pentecostes diz que uma “multidão” de pessoas que passavam por onde os discípulos falavam em línguas perceberam o sinal. Tanto isso é verdade que naquele dia “acrescentaram-se cerca de três mil almas” à congregação cristã. (At 2:5, 6, 41).

Poucos dias depois de morrer e ser ressuscitado, Jesus ordenou a seus seguidores que ‘fizessem discípulos de pessoas de todas as nações’. Ele também lhes disse para serem suas testemunhas “até à parte mais distante da terra”. (Mt 28:19; Atos 1:8). Existiam poucas cópias das Escrituras Sagradas, geralmente, apenas poucos ricos possuíam rolos ou livros. Além do mais, em terras pagãs não havia nenhum conhecimento sobre a Bíblia ou seu Autor, Jeová, de modo que o ensino cristão era transmitido oralmente.

Para que as boas novas tivessem esse alcance, eles precisariam falar muitas outras línguas além do hebraico. No entanto, muitos daqueles primeiros cristãos eram “indoutos e comuns”. (Atos 4:13). Então, como eles poderiam pregar em lugares distantes onde se falavam idiomas de que talvez nem sequer tivessem ouvido falar? O espírito santo concedeu a alguns desses fiéis pregadores o dom milagroso de pregar com fluência em idiomas que eles nunca tinham aprendido.

Nos dias de hoje, os humanos, por terem obtido cada vez mais conhecimento das leis físicas da natureza, conseguiram chegar realizações que anteriormente eram consideradas impossíveis e muitos a isso também chamam milagres (do ponto de vista puramente humano e carnal), de modo que, mesmo hoje, em meio a um mundo repleto de proezas e realizações humanas surpreendentes e de sonhos e desejos fantásticos para o futuro, os milagres genuinamente espirituais, ainda podem ser muito úteis ao serviço do reino de Deus, seja para confirmar que só o Senhor Jeová é Deus, que só Senhor Jesus Cristo é único e suficiente salvador designado por Deus ou ainda para fornecer provas aos não crentes de que Deus está apoiando os seus servos fieis. De fato, a modernidade acaba por fazer com que, as pessoas caiam em incredulidade e estejam se distanciando, ainda, cada vez mais de Deus.

Eu mesmo não posso me esquecer da realidade dos tempos em que eu vivo em meio a humanidade. Estes tempos atuais são caracterizados por uma guerra espiritual intensa, pois “O mundo inteiro jaz no poder do iníquo.” — 1Jo 5:19. O pode superior iníquo está habilitado a agir de modo espiritual, de modo sobrenatural, e é relativamente poderoso em nosso meio. Nós só temos chances contra ele, se pudermos sempre contar com o Deus criador amoroso, também de um modo genuinamente espiritual, também de um modo sobrenatural. Sim, nós devemos crer em milagres ainda e só o fato de prosseguirmos acordando para a vida a cada dia, já é um milagre, lembrado que somos pó e só estamos de pé pela misericórdia de Deus.

Existem ainda muitos milagres e sinais de poder, relatados na Bíblia, que estão reservados para ocorrerem tanto juntamente com os acontecimentos atuais, quanto com os acontecimentos futuros da nossa história, assim, Deus nos dá os dons espirituais a fim de edificarmos nestes tempos, conforme a sua vontade. Para que Deus nos agracie com a realização de algum milagre, basta tão somente exercermos genuína fé de que Ele pode assim fazê-lo, termos persistência em pedir e paciência de esperar pelo momento oportuno para Ele. Todavia Paulo explicou que os dons humanos para expressar os milagres de Deus cessariam quando estes não fossem mais necessários.

O capítulo 13 de 1Co fala do amor. O verso 8 diz que o amor jamais acaba, mas as outras coisas acabarão. Nosso conhecimento e tudo que fazemos é incompleto, quando o perfeito vier, isso é, Jesus em sua segunda vinda, aquilo que é incompleto em nós será aniquilado. O texto diz também que em parte conhecemos, ou seja, nosso conhecimento jamais será completo, até que Jesus venha novamente: “O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. ” — 1Co 13:8-10.

Hoje as pessoas têm acesso a várias traduções da Bíblia, bem como a concordâncias e enciclopédias. Milhões de cristãos habilitados estão ajudando outros a obter conhecimento de Deus baseado na Bíblia, de modo que, nos dias atuais, a utilidade do dom de línguas, a mim mesmo parece ser algo extremamente limitado e de pouca relevância. Assim, cabe a pergunta: Quem hoje então, dá evidências de ter um “dom excelente” de Deus e do seu Santo Espírito?

Jesus sabia muito bem que sinal, ou marca, identificaria seus seguidores verdadeiros em qualquer época. Ele nos ensinou sobre isso ao dizer:

“Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos”, disse ele, “se tiverdes amor entre vós”. (Jo 13:35).

De modo que, eu sempre pergunto a mim mesmo: De que me vale, expressar em mim mesmo milagres de Deus, se eu de fato não amo ainda em plenitude e verdade?

“O amor” é alistado como o primeiro aspecto do ‘fruto’, ou produto, do espírito santo de Deus. (Ga 5:22, 23). Portanto, os que realmente tivessem o espírito de Deus — e, assim, o apoio dele — mostrariam verdadeiro amor uns pelos outros. Além disso, o terceiro aspecto do fruto do espírito é “a paz”. Desse modo, os que hoje têm o espírito santo se empenhariam notadamente pela paz e pelo amor, e o fazem ainda com alegria, expressando assim o segundo fruto do espírito que é “o gozo, ou prazer”.

Se estamos vivendo por espírito, continuemos também a andar ordeiramente por espírito. Não fiquemos egotistas, atiçando competição entre uns e outros, invejando-nos uns aos outros. (Ga 5:25-26). Desenvolvamos verdadeiro amor uns para com os outros, mesmo que de modo incompleto e imperfeito, até que venha o que é completo e perfeito!
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Este trabalho de André Luis Lenz, foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
 
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