terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Evangelho do Reino e da Graça de Deus


O próprio Senhor Jesus nos alertou com clareza: "E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim." (Mateus 24:14). Este alerta foi dado em meio a resposta dada por Jesus à indagação feita pelos seus discípulos: "Dize-nos, quando acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?"

Obviamente que nós entendemos que o objetivo principal da pregação do evangelho do Reino é o de glorificar a Deus, por conduzir, individualmente, as almas dos seres humanos para este novo Reino vindouro, o qual sabemos que o próprio Senhor Jesus, a quem foi "dado todo o poder no céu e na terra" (Mateus 28.18-b), estabelecerá sobre nós, julgando e governando em paz verdadeira, quando de seu glorioso retorno a nós. Poder entrar como participante deste Reino consiste a nossa salvação.

A volta de Jesus será um evento muito claro e evidente para todos os seres da Terra que estiverem vivos na ocasião: "Porque assim como o relâmpago sai do Oriente e se mostra no Ocidente, assim será a vinda do Filho do homem." (Mateus 24:27). E Ele vem para estabelecer o Reino e também para reinar, de modo que a pregação do evangelho do Reino não objetiva converter, muito menos remediar, os sistemas de governos das nações humanas atualmente existentes.

Não existe conserto para tais sistemas e, evidentemente, não há futuro algum para nações e governos humanos, dentro do vindouro Reino de Deus. "Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as nações da terra se lamentarão e verão o Filho do homem vindo nas nuvens do céu com poder e grande glória." (Mateus 24:30).

Entretanto, antes que chegue esse dia, o anúncio antecipado em (Mateus 24:14) de modo algum deixará de ser cumprido. Isso significa que, de alguma maneira, existirá uma real oportunidade para que todas as almas humanas recebam individualmente a mensagem do evangelho de Cristo, que consiste, indissociável e indistintamente, tanto no Reino quanto na Graça de Deus, porquanto Jesus orientou-nos sobre tal:

"Respondeu Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim." (João 14:6). Nisso consiste o desenvolvimento da Graça: "E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa." (Atos 16:31).

"Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia." (João 6:44). Nisso consiste o desenvolvimento do Reino: "Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre." (Salmos 37:29).

Assim como Jesus disse: "Eu e o Pai somos um". (João 10:30), não há como separar o Reino da Graça ou a Graça do Reino. "Tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus." (Hebreus 12:2). Jesus é, em si, a Graça do Deus Pai para conosco e, pela vontade do Pai, a Graça reinará sobre a Terra, a fim de que a Terra possa encher-se da Glória de Deus.

Assim, os que creem, creem no poder que há no sangue de Jesus, que comprou com alto preço, súditos para o Reino do Deus Pai, homens de todas as tribos, povos, línguas e nações e, os que são justos para possuir a Terra para sempre, se justificam pela fé neste mesmo sangue, derramado em sacrifício resgatador, e nisso, ambos encontram salvação, pois, tais coisas são indissociáveis e "o testemunho de Jesus é o espírito de profecia" (Apocalipse 19:10), único, suficiente e perfeito.

A mim parece óbvio e natural que aquele que tem fé se torne operário em função daquela fé. Todo aquele que atinge a compreensão do plano salvador de Deus acaba, consequentemente, se empregando a boas obras, de modo que estas são os frutos apenas, ou seja, tão somente a consequência, da qual o justo, por mais que se sinta maravilhado, não deve se orgulhar, pois isso se torna em vã glória.

"Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer." (João 15:5).

O plano salvador do nosso Deus e o Seu Reino são, de fato, coisas que em tudo se assemelham. Ambos são como um tesouro escondido num campo que um homem, bom e diligente buscador, acaba por encontrar e se enche de alegria por aquilo. Se tal homem for mesmo inteligente, então ele não medirá esforços para adquirir para si aquele campo, a fim de poder se tornar o legítimo proprietário daquele tesouro. Buscar pelo tesouro já foi, em si, uma boa obra, encontra-lo foi uma graça mas, adquiri-lo se estende ao ponto de ser uma obra excelente.

Além do mais, mesmo a experiência histórica nos mostra, que aqueles que procuram por tesouros, não os encontram com facilidades idênticas. Alguns, por não procurarem corretamente, nem mesmo chegarão a encontram. Já, outros, os encontram com uma facilidade admirável. Nisso consiste a graça. Qualquer homem pode tentar meios de racionalizar o Evangelho de Cristo para a sua melhor compreensão mas, saiba que diante de Deus, graça e obras são indissociáveis.

Tudo o que provém de Deus e nos alcança é pura Graça. "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie;" (Efésios 2:8-9). Mas a graça não alcançara aquele homem que não opera no sentido de se por em posição de receber. Ninguém encontrará tesouro algum, se permanecer deitado em sua cama. Nem poderá comprar o campo onde ele se encontra escondido, se não trabalhar para isso. Regras simples e inexoráveis, emanadas do próprio Deus criador, desde que o "nada além dEle" deixou de existir.

Lembrando, ainda, a nossa deplorável condição atual, resultado da nossa rebeldia contra Deus, havemos que se considerar que, por mais que nós cristãos sejamos possuidores de boas porções do Espírito Santo de Deus, enquanto vivemos na Terra, não conseguiremos antecipar em um único dia o evento do estabelecimento do Reino vindouro, sem que Jesus haja, efetivamente, retornado até nós, daquela forma como Ele próprio anunciou. Só então os eventos revelados poderão se suceder.

Nossa boa vontade pode até ser inspirada, no entanto, ela continuará sendo humana e imperfeita. Podemos até nos esforçar e ajudar a formar excelentes congregações de servos fieis mas, de modo algum, isso seria suficiente, por si só, para estabelecer o anunciado Reino de Deus na Terra. Até o presente momento, muitos de boa vontade tem intentado obter exito em antecipar o Reino trilhando por caminhos assim mas, todos que o tem feito, se tem frustrado grandemente. Não haverá Reino de Deus na Terra sem a necessária volta de Jesus, nem mesmo teocracia alguma é possível, antes disso, caso contrário, não precisaríamos mais de Salvador nenhum.

Antes de praticarmos tais tolices, ou acariciar nossos egos com tais pensamentos tresloucados, cabe-nos orar a Deus pedindo que Jesus volte logo. Porém, antes de orarmos, convém verificarmos se apoiamos, de alguma forma, as obras de pregação do evangelho de Cristo (com Reino e Graça). Se concluímos, acertadamente, que tal obra de pregação é extensa e complexa, que oremos, então, a Deus, em nome de Jesus, pedindo a providência por mais pregadores pois, os nossos pesares atuais não cessarão e, tão pouco em reino algum nós entraremos, enquanto este evangelho do Reino não for pregado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações.

Não foi por nada que Isaías exclamou: "Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!" (Isaías 52:7). Portanto, considere toda boa oportunidade de levar a boa nova por completo. Não menospreze nenhum meio de comunicação:  Não há um meio melhor do que outro para que se cumpra Mateus 24:14 e nenhum ministério de evangelização pode ser completo, mas é a Palavra da Verdade que o é.

Me parece razoável acreditar que toda obra que resulte na brevidade da volta de Jesus, boa obra é pois, o mesmo Senhor Jesus nos explicou: "E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias." (Mateus 24:22). E nisso há Graça pois: "Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai. (Mateus 24:36) A decisão é de Jeová mas, como diante dEle a graça e as obras andam juntas, nossas ações influenciam, sim, a sua soberana decisão, podendo causar o adiantamento (ou o atraso) desse evento tão esperado.

Além do mais, "porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida;" (João 5:28-29), aqueles que têm pressa em ir logo ao céu e desfrutar de um lar celestial com Jesus, por toda eternidade, próximo a nascente do "rio puro da água da vida, claro como cristal" (Apocalipse 22:1), hão que ter ainda uma porção a mais de paciência e, na verdade, ainda mais de perseverança e de fé, pois a jornada é longa.

Nós não seremos apresentados face a face com Pai enquanto o Rei Jesus não estiver certo de ter formado de nós um único e conciso rebanho, não apenas provado e remido mas, por fim, mais uma vez provado e aprovado. É para esse fim que Ele reinará sobre nós. O Filho Jesus em tudo o que fará, entregará seu Reino ao Pai, e com isso também o rebanho, uma vez que o mesmo estará perfeitamente arrematado: quando Satanás não estiver apenas retido mas, for deveras inexistente, assim como a morte, também não mais existir.

Então, Deus será tudo em todos e em todas as coisas e a corrupção de qualquer espécie se tornará impossível.

Que a paz de Jeová Deus, que excede a todo o entendimento, guarde os nossos corações e os nossos pensamentos em Cristo Jesus, amém.

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Este trabalho de André Luis Lenz, foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
 
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