terça-feira, 10 de abril de 2012

Jesus e Maria Madalena


Consideremos o relato bíblico a respeito de algumas mulheres:

Sobre Maria Madalena (Maria de Magdala, a Maria Magdalena, uma mulher judia natural da cidade de Magdala):

  • Liberta dos demônios por Jesus (Lc 8:2);
  • Servia a Jesus com seus bens (Lc 8:2-3);
  • Esteve ao pé da cruz (Mt 27:56; Mc 15:40; Jo 19:25);
  • Observou o sepultamento de Jesus (Mt 27:61; Mc 15:47);
  • Chegou cedo ao sepulcro (Mt 28:1; Mc 16:1; Lc 24:10; Jo 20:1);
  • Viu o Senhor Jesus ressuscitado (Mt 28:9; Mc 16:9; Jo 20:11-18).

Já, sobre certa mulher pecadora:

“E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento.” (Lc 7:37).

Essa tal mulher pecadora não pode ser identificada com Maria Madalena, e nem com Maria, de Betânia, pois na verdade ela não pode ser identificada por nome algum. 

Por sua vez, Maria Madalena foi citada nominalmente pelo mesmo evangelista, em Lucas 8:2: “Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios”.

Finalmente, sobre outra Maria (a Maria (da cidade) de Betânia, irmã de Marta e de Lázaro):

  • Tinha ela uma irmã chamada Marta (Lc 10.39);
  • Assentou-se aos pés de Jesus e ouviu a Sua palavra (Lc 10.39);
  • Maria, de Betânia, irmã de Marta eram ambas irmãs de Lázaro, a quem Jesus fez reviver (Jo 11.18...).
Maria, em Betânia:

  • Enquanto Marta servia, Maria ungiu os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos (Jo 12.3);
  • Foi em Betânia, na casa de Simão, o leproso (Mt 26.6; Mc 14.3);
  • Foi em Betânia, onde estava Lázaro, que se achava presente. Estavam ali Marta e Maria (Jo 12.1-3).
Assim, sobre essas três mulheres, não há razão alguma para se fazer qualquer confusão, considerando-as como se elas se tratassem de apenas uma mesma pessoa.

Maria Madalena não pode também ser confundida com outra mulher pecadora, a mulher adultera referida pelo apóstolo João: “Os escribas e fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério” (Jo 8.3).

Outra coisa é que Maria Madalena, aquela mulher que acompanhava Jesus e o servia, que esteve junto da cruz e foi a primeira a vê-lo ressuscitado e que o anunciou aos outros irmãos, tem recebido, durante séculos de cristianismo, uma pecha desagradável que jamais mereceu: a de prostituta e / ou de adultera. A Bíblia não corrobora com isso.

Apesar do fato de Jesus ter expulsado dela 7 demônios (Lucas 8:2), não existe qualquer referência que afirme que aquela pobre mulher, antes de conhecer a Jesus, tenha sido uma prostituta ou adultera. Nenhuma referência sustenta tal hipótese.

Talvez a confundam, também, com a mulher pecadora, que regou os pés de Jesus com lágrimas e enxugou-os com seus próprios cabelos. (Lucas 7:36-50). Quanto a está, ela não tem na Bíblia nome algum que a identifique.

Madalena significa: Natural de Magdala, povoado situado às margens do mar da Galiléia. (Não há nenhuma indicação de que esta Maria seja a pecadora mencionada no cap. 7 de Lucas).

Portanto, o registro bíblico não nos autoriza a dizer que Maria Madalena fosse prostituta, e que se trata da mesma pessoa citada em Lucas 7.36-47 e João 8.3.

Estas são algumas verdade Bíblica, para dirimir algumas confusões que, infelizmente, permeiam o imaginário popular e que parecem ter se tornado comuns, inclusive, a alguns grupos de cristãos, notadamente aquele que menos buscam fazer estudos bíblico mais sérios.

Todavia existe ainda, associado a imagem de Maria, de Magdala, toda uma lenda, a qual é difícil até de se julgar, se é mesmo fruto, apenas, da confusão fantasiosa, ou se, ao contrário, é fruto de uma bem pensada, planejada e articulada gestão maldosa perpetrada por grupamentos humanos, os quais, ao longo da história, tem se rendido ao ocultismo, que é o lado ruim do mundo espiritual.

Embora não haja qualquer indício de cunho bíblico, de que o Senhor Jesus e Maria de Magdala tenham tido qualquer proximidade amorosa, tais suposições, que na verdade já vêm sendo plantadas há muitos séculos, ganharam ainda mais corpo, nos últimos anos, através do estudo de textos apócrifos, e foram alimentadas por uma boa dose de imaginação, interesses econômicos e conflitos políticos entre organizações religiosas cristãs e organizações religiosas ocultistas.

Com efeito, uma das literaturas apócrifas mais conhecidas é “O Evangelho de Filipe”, um escrito extrabíblico, provavelmente compilado no século III da Era Cristã – portanto, não escrito por nenhum contemporâneo de Jesus – e que da testemunho até beijos entre o suposto casal, Jesus e Magdala.

Todos esses textos compartilham a teologia gnóstica, baseada numa espécie de revelação secreta e esotérica. Com isso, Maria Madalena passou a ser usada pelos gnósticos como um símbolo do “conhecimento verdadeiro” que eles teriam de Jesus, e de a verdadeira Maria Madalena, a qual eles consideram a real predileta de Cristo e da qual eles próprios se tornaram seguidores.

Tais ocultistas, apesar de alegarem, não conseguem comprovar o “convívio” deles próprios com Maria Madalena, mas, de certo, eles se tornaram cultuadores ritualísticos da imagem dela. Eles, associam ainda, o conceito da “trindade”, na forma como este conceito foi, originalmente, concebido na religião politeísta do Egito antigo, como sendo “Pai, mãe e filho”, ou seja, seria Jesus, Madalena e o seu suposto filho.

O aspecto polêmico, e tardio, de tais textos torna bastante improvável que haja em seu conteúdo alguma memória histórica envolvendo a Magdala real. Inclusive, penso, nem ser necessário dizer, que o gnosticismo era combatido, desde cedo, pela comunidade cristã que seguia os ensinos apostólicos do primeiros séculos. Todavia, tais ensinamentos contrários sobreviveram. Como e por que isso acontece?

Porque mentiras podem ser contadas e repetidas, tantas vezes, como se fossem verdades, que cada vez mais se pareçam, aos olhos humanos, como verdades. Mesmo que haja evidências em contrário, nega-se as evidências, e pronuncia-se os maiores absurdos, na esperança de que tais mentiras repetidas inúmeras vezes, acabem se transformando em “verdades”. Mesmo que “a mentira tenha pernas curtas”, e, portanto, não vai muito longe, sempre existirão muitos que permanecerão na dúvida, o que já é uma vitória de propósito do mau.

Além do mais, o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung chamou a atenção para o fato de que o inconsciente coletivo retém informações arquetípicas e impessoais, e seus conteúdos podem se manifestar nos indivíduos da mesma forma que também migram dos indivíduos ao longo do processo de desenvolvimento da vida e da história, ou seja, a mentira repedida incessantemente, se tornará, no mínimo, como um primeiro modelo ou imagem de alguma coisa, como uma antigas impressão sobre algo, posto que o subconsciente coletivo ou social, é uma estrutura inata que serve de matriz para a expressão e desenvolvimento da psique humana.

O que a mim parece, é que os acontecimentos, que não aconteceram por mero acaso, principalmente das últimas recentes décadas, tem provocado modificações de atitudes e de posturas, de tal modo que, o povo de hoje em dia, mais perdido do que nunca com relação às verdades bíblicas, e, mais a mercê do que nunca ante às deturbações daquilo que provém do lado mau do mundo espiritual, pela sua mais pura falta de conhecimento, e, por que não dizer, deserdados de virtudes naturais humanas como estão, formam, neste tempo atual, um quadro bastante estimulador para o desenvolvimento de tais investidas manipulativas.

Todavia, felizmente, agora especialistas nas Escrituras têm trazido a público novos elementos capazes de refutar definitivamente a tese do romance. “Os textos que mencionam esse tipo de envolvimento entre Maria, de Magdala e Jesus foram escritos pelo menos 100 anos depois dos evangelhos bíblicos”, aponta Ben Witherington III, especialista em Novo Testamento do Seminário Teológico Asbury, nos Estados Unidos. E a intenção de tais autores seria justamente combater visões mais ortodoxas do Cristianismo, então em fase de franca expansão. A maioria dessas fontes foi escrita em grego ou em copta, língua egípcia falada durante o período romano.

Mas quem foi Maria Madalena? Além do que se diz dela na Bíblia, particularmente no evangelho de Lucas, a tradição afirma que, devido ao nome por que era conhecida (Magdalini, em grego), ela provinha de Magdala, vilarejo de pescadores a noroeste do Mar da Galileia. Provavelmente, começou a seguir Jesus depois que ele expulsou dela sete demônios – fato que, segundo os historiadores, colaborou para disseminar sua imagem de “pecadora arrependida”.

Ao contrário de muitos rabis de seu tempo, Jesus era seguido também por mulheres. “Duas das qualidades extraordinárias de Jesus são o fato de que ele recrutava seguidores de ambos os sexos”, continua Witherington. Além de Madalena, havia Maria, mãe de Jesus; outra Maria, mãe de Tiago; Maria de Betânia, irmã da Marta e Lázaro; além de Joana, Suzana e outras. Contudo, é fantasioso imaginar que alguma delas tenha tido papel de destaque em seu ministério.

Todavia, a cultura judaica da época impedia que as mulheres ensinassem ou mesmo falassem em público. Relações intimas entre homens e mulheres “não casados” seriam aversivas o suficiente, para causar um enorme escândalo e censura. Nem mesmo o rei da Galileia, Herodes Antipas e sua amásia e cunhada Heródias escapavam de tal censura, que era feita pública e descaradamente, por João, o Batista.

É certo que, fora dos padrões da cultura e da tradição judaica, um grupo feminino acompanhava a comitiva de Jesus, e que elas eram aproveitadas para suprir serviços relativos a necessidades básicas como alimentação e abrigo. Algumas apoiavam a manutenção do serviço de pregação pública de Jesus, inclusive, com a doação de seus bens.

Só esses fatos já seriam suficiente para ser considerado escandaloso pelos judeus do século I, para quem as mulheres deveriam ficar em casa com seus maridos e, quando viajassem, teriam de ser acompanhadas por parentes do sexo masculino. Umas relação conjugal, ainda mais ilícita, entre Jesus e Maria Madalena não teria deixado de ser observada e nem perdoada pelos fariseus que vigiavam Jesus de perto.

Todavia, Maria Madalena, além de fazer parte da comitiva, era disponível, ou seja, solteira e ela era, de fato, muito comovida, não apenas pela mensagem da boa nova do reino de Deus, mas, assim como João e Pedro, de forma especial, também o eram, também pela pela figura pessoal de Jesus. Daí teriam surgido as insinuações de uma relação mais próxima entre Jesus e a mulher de Magdala.

Para nós, cristãos, essa hipótese pode ser rechaçada pelo que encontramos no próprio Novo Testamento, que cita claramente a família de Jesus, como seus pais e irmãos, não há nenhuma referência de que ele tenha tido filhos ou mesmo se casado”, lembra, embora o casamento fosse considerado quase uma obrigação religiosa no primeiro século.

Além do mais, quando pregava acerca do casamento, o próprio Senhor Jesus falou o seguinte: “Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o.” Mateus 19:12

Nesta passagem, Jesus procurou explicar sobre a sua própria condição com relação ao casamento, a de que ele se manteria, como se manteve até o fim, celibatário como sinal do compromisso exigido por sua missão, como autor e consumador da fé, a serviço do reino de Deus.

A historiadora e arqueóloga Fernanda de Camargo-Moro, autora do livro Arqueologia de Madalena (Editora Record), lembra que as mulheres de então eram conhecidas pelo parentesco com alguma outra pessoa – normalmente, o marido, cujo nome era associado ao delas. “É possível até que ela nem tenha se casado com ninguém, já que sua alcunha é uma mera referência ao lugar onde nasceu”, opina. “Concluir que Maria Madalena era casada com Jesus é resultado de pesquisas superficiais e sem seriedade”, conclui.

Eu, particularmente, continuo a pensar que seja uma grande maldade, deliberada mesmo, e que oculta atras de si outros interesses, ainda bem maiores, da parte daqueles que odeiam a Deus. Como nada poderá ficar em oculto para sempre, com o tempo, Deus irá nos revelar.

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Leonardo da Vinci era um homem à frente de seu tempo. Seu interesse e criatividade em vários campos de estudo deram, séculos depois, origem a invenções como: salva-vidas, pára-quedas, bicicleta, entre outras. Uma de suas obras mais conhecidas é o afresco "A Última Ceia", pintada diretamente no refeitório da Igreja Santa Maria delle Grazie, em Milão.

A Última Ceia data de1495-1497 e utiliza técnica mista, com predominância da têmpera e óleo, sobre duas camadas de preparação de gesso, aplicadas sobre reboco. Suas dimensões são 460 cm x 880 cm.

Foi feita por Leonardo da Vinci para seu protetor, o Duque Lodovico Sforza e representa a última ceia de Jesus com os apóstolos, antes de ser preso e crucificado, como descreve a Bíblia. É um dos maiores bens conhecidos e estimados do mundo. Ao contrário de muitas outras valiosas pinturas, nunca foi possuída particularmente, até porque não pode ser removida do seu local de origem.

O Duque mandou construir o convento para, entre outras coisas, servir de lugar para sepultar seus familiares. O tema era uma tradição para refeitórios, mas a interpretação de Leonardo deu um maior realismo e profundidade.

Parcialmente pintada na forma tradicional de um afresco, com pigmentos misturados com gema de ovo ao reboco úmido incluindo também um veículo de óleo ou verniz. Da Vinci testou uma nova técnica à solução das tintas com predominância da têmpera não sendo muito feliz. Não foi testada suficiente não se ajustando as condições climáticas da região e antes que o painel estivesse pronto, apareceram pontos deteriorados, que se agravaram durante os anos. A umidade natural da parede, diluindo as tintas, vem causando danos a esta obra prima.

Prestando bem a atenção, você irá perceber em várias imagens, um efeito característico da pintura de Leonardo: a delicada passagem de luz para a sombra, quando um tom mais claro mergulha em outro mais escuro, como dois belos acordes musicais. Esse procedimento recebe o nome de esfumado, em português.

A imagem da Última Ceia está baseada em João 13:21, no qual Jesus anuncia aos doze discípulos que alguém, entre eles, o trairia. Essa pintura, na história evangélica, é considerada a mais dramática de todas.
Acima, a obra legítima de Lenardo da Vinci, abaixo, a mesma pós-processada digitalmente.

Ao centro, o Cristo é representado com os braços abertos, em um gesto de resignação tranquila, formando o eixo central da composição. São representadas as figuras dos discípulos em um ambiente que, do ponto de vista de perspectiva, é exato (muito embora, do ponto de vista da realidade do que possa ter havido, desconsidera a tradição judaica, na qual, em ocasiões deste tipo, o mestre teria se assentado na cabeceira da mesa, e não em seu centro).

Da direita para a esquerda se encontram respectivamente Simão (o Zelote), Tadeu, Mateus, Felipe, Tiago (o Maior), Tomé, João, Jesus, Judas, Pedro, André, Tiago (o Menor) e Bartolomeu.

Da Vinci costumava fazer esboços e rascunhos de suas obras antes da versão final. Num desses esboços da "Última Ceia", ele literalmente escreveu, o nome de cada apóstolo retratado, eliminando dessa forma quaisquer dúvidas sobre quem são cada um dos personagens.

Da Vinci não foi o primeiro artista a retratar a cena da Última Ceia. Há diversas outras obras famosas sobre o tema, mas Da Vinci representou de uma maneira impressionante, justamente o momento da agitação dos discípulos, ao ouvirem o anúncio da traição: Serei eu, Senhor? Serei eu, Senhor? Serei eu, Senhor?, interrogavam-no os discípulos um após outro, mortos de espanto.

Todavia, o escritor Dan Brown faz uma verdadeira “viagem na maionese”, ao tentar adaptar a descrição da obra “Última Seia”, em sua própria obra, o livro “O Código da Vinci”. O ápice desse devaneio eu reproduzo logo abaixo, onde a parte do texto em AZUL corresponde a uma crítica minha:

Sophie aproximou-se ainda mais da imagem (aqui começamos bem: símbolos e imagens, ao gosto da preferência dos gnósticos). A mulher (eu não sei se da Vinci pretendeu fazer algum tipo de brincadeira, com sua própria obra, desenhando um personagem com feições afeminadas, onde ele mesmo afirmava estar desenhando o apóstolo João, portanto um homem, mas Dan Brown, quer, por toda lei, partir do pressuposto de que foi mesmo desenhado uma mulher ali) sentada à direita de Jesus era jovem e tinha um ar piedoso, com um rosto tímido, belos cabelos avermelhados e mãos tranquilamente entrelaçadas. É esta a mulher que podia, sozinha, fazer desmoronar a Igreja? (o objetivo primordial é colocado, abertamente, e logo de cara, aqui: “desmoronar a igreja”, porém Jesus havia dito: “ … edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”)
  • Quem é ela? - perguntou.
  • Essa senhora, minha querida - respondeu Teabing -, é Maria Madalena. (Segundo o croqui feito pelo próprio Leonardo da Vinci, não é não. É o apóstolo João. O por que dos traços nitidamente afeminados do retrato de João, só mesmo da Vinci saberia explicar.)
Sophie voltou-se.
  • A prostituta? (para o leitor atento da Bíblia, nada leva a crer que Madalena fosse uma prostituta).
Teabing teve uma curta inspiração entredentes, como se a palavra o tivesse ofendido pessoalmente.
  • Maria Madalena não era nada disso. Esse falso juízo é um legado da campanha de calúnias lançada pela Igreja primitiva. (Os gnósticos sempre acusam os cristãos justamente daquilo que eles mesmo fazem desde o início: mentir descaradamente. Não é de estranhar que o personagem Teabing, neste romance de aventura e ficção, seja o grande vilão oculto, fingido.) A Igreja precisava de difamar Maria Madalena para encobrir o seu perigoso segredo: o papel dela como Santo Graal. (a igreja não precisa, nem nunca precisou difamar Maria Madalena. Os Evangelhos apresentam ela como uma importante personagem entre os primeiros convertidos cristãos da Galileia. Já, quanto ao “Santo Graal”, originalmente no cristianismo, é uma expressão associada a uma lenda medieval que designa normalmente o cálice, que é tido como uma peça rica e valiosa, usado por Jesus Cristo na Última Ceia. A lenda narra que, no mesmo cálice, José de Arimateia teria colhido o sangue de Jesus, quando esse recebeu o golpe de misericórdia, durante a crucificação. Todavia, a Bíblia narra que: “Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.” – João 19.34. Eu acredito que de todos os homens judeus que estavam presentes à crucificação de Jesus, nenhum esteve tão próximo do que o apóstolo João. João teria, com toda certeza, narrado o fato, caso o sangue precioso de Jesus tivesse sido coletado. Alguns cavaleiros cruzados, por ambição pessoal de ter em mãos peça de tal valor, teriam andado atrás dessa lenda.)

    Persistindo na acusação de “campanha de calúnia” da parte da igreja contra Madalena, mais adiante, em seu livro, o Sr. Dan Brown faz as seguintes colocações:

    "Madalena foi apresentada como prostituta com o objetivo de esconder as provas das suas poderosas ligações familiares." - e complementa - "Poucas pessoas sabem que Maria Madalena, além de ser o braço direito de Cristo, era já uma mulher poderosa.
    Maria Madalena era de descendência real."

    O Messias casado com uma princesa de israel poderia ser algo muito interessante para as autoridades dos fariseus ou para o zelotes revolucionários da época pois, afinal, assim mesmo era o tipo de Messias que eles sempre esperaram (e alguns ainda esperam até hoje). Todavia, Jesus não era assim. "Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui." É curioso notar que, um pouco mais adiante em seu livro, Dan Brown, comete ele mesmo o lapso de relacionar Madalena como a suposta "certa pecadora", quando afirma:

    "A REVELAÇÃO DOS TEMPLÁRIOS: A MULHER com A JARRA DE ALABASTRO.
    Maria Madalena e o Santo Graal A DEUSA NOS EVANGELHOS Reclamando o Sagrado Feminino"

    A MULHER com A JARRA DE ALABASTRO”, está citada no versículo de Lucas 7:37, que diz: "E eis que uma mulher da cidade, uma pecadora, sabendo que ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento.”

    Além de não existir nada que possa ser usado para sustentar a associação de Madalena com esta "certa pecadora", eu chamo, ainda, a atenção para o trecho: "... da cidade, ...". Tal mulher que existia "na cidade" era conhecida como pecadora "na cidade". Que cidade era essa?

    De início, cumpre assinalar na descrição dos fatos, que os evangelistas formam dois grupos. De um lado, no capítulo 7: 37 de Lucas refere-se única e isoladamente à unção feita pela “pecadora arrependida”; e de outro lado, Mateus, Marcos e João nada mencionam sobre esta tal “mulher de má fama”, porém retratam uma outra ocorrência que possui algumas semelhanças: "Jesus ungido na cidade de Betânia", nos trechos de:

    Mateus 26:7 - Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de balsamo precioso, e lho derramou sobre a cabeça de jesus, estando ele reclinado a mesa. Judas não gostou e foi ter com os principais sacerdotes.

    Marcos 14:3 - A unção ocorreu em Betânia e dali a dois dias era a páscoa. Foi à mesa em casa de Simão, o leproso. … quebrando o vaso, derramou-lhe sobre a cabeça o bálsamo. Judas não gostou do que viu e resolveu entregar Jesus.

    João 12:3 - Jesus chegou a Betânia, seis dias antes da páscoa. Então deram-lhe ali uma ceia, Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele, quando ocorreu a unção. Judas não gostou do que viu, porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraía o que nela se lançava

    Nestas três passagens, tudo indica ser o mesmo evento, uma unção de Jesus ocorrida na cidade de Betânia, e existem ainda fortíssimas evidências de que a ungidora, nesta ocasião, foi Maria, de Betânia, a irmã de Jairo e de Marta, e não Madalena.

    Já a outra ocorrência, a de Lucas 7:37, " Um dos fariseus convidou-o para comer com ele;" não foi uma ceia preparada por seus amigos ou seguidores. Esta outra unção ocorreu numa cidade também não nominada. Assim ocorreu: "e estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com lágrimas e os enxugava com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés e ungia-os com o bálsamo." A ungidora aqui (mulher sem nome declarado, mas de fama de pecadora nesta cidade) ungiu APENAS OS PÉS de Jesus, enquanto que Maria de Betânia ungiu TODO O CORPO DE JESUS, DESDE A CABEÇA ATÉ OS PÉS.

    Além do mais, não existe na unção narrada em Lucas, o caso da contrariedade de Judas Escariotes, mas sim, foi o próprio dono da casa, o anfitrião, quem se contraria, por causa da pecadora, causando que Jesus proponha-lhe uma parábola. O fato é que, nem Maria Madalena, e muito menos Maria de Betânia, eram mulheres que tinha má fama ou fama de prostituta, apesar de que, de Maria Madalena, haviam sido por Jesus, removidos sete demônios.

    Assim, fica claramente posto haver acontecido duas cenas mais ou menos idênticas, mas em lugares diferentes e em nenhuma pode-se afirmar que foi Maria Madalena a ungidora. Mas Dan Brown afirma categórico:

    "A REVELAÇÃO DOS TEMPLÁRIOS: A MULHER com A JARRA DE ALABASTRO.
    Maria Madalena e o Santo Graal A DEUSA NOS EVANGELHOS Reclamando o Sagrado Feminino"

    Como esta MULHER com A JARRA DE ALABASTRO, não pode ser a mesma mulher da unção ocorrida em Betânia, pois aquela foi Maria de Betânia, então, pela afirmação de Brown, só nos restaria crer, que Madalena pudesse mesmo ter sido a tal "certa pecadora, a de má fama na cidade" que chorando ungiu os pés de Jesus. Isso é justamente o que faz associar a imagem de má fama a Maria Madalena. Todavia, Madalena não era conhecida em em Betânia, pois ela era de Magdala e só em Magdala poderia ter tido, então, tal fama. A cidade de Betânia era bem próxima a Jerusalém, enquanto que Magdala ficava na margem oeste do Mar da Galileia, pouco ao norte de Tiberíades, mas distando aproximadamente 110 km de Jerusalém, e era, na verdade, tida como um vilarejo, de tão pequena que era.

    Além do mais, é improvável que uma Madalena estando ainda possuída de sete demônios, e antes de conhecer a Jesus, viesse de boa vontade, por conta própria, ungir-lhe os pés. Note que todos os demais casos de endemoniados que foram libertos por Jesus, narrados nos evangelhos, tais pessoas foram encaminhados até Jesus, por meio terceiros.

    Ocorre ainda que, se a "certa pecadora" ficou inominada por Lucas, havendo sido despedida pelo Mestre: "E disse a ela: Perdoados são os teus pecados. … A tua fé te salvou; vai-te em paz." Lucas 7:48-50, o mesmo não sucede com relação à Maria Madalena, encontrando-se claramente nomeada, segundo a narrativa evangélica, identificando-a dentre: “As mulheres que seguiam ... e que serviam a Jesus com seus bens”. Lucas 8:2,3

    Enfim, a verdade é que, sobre a identidade da pecadora ungidora dos pés de Jesus NADA PODE SER AFIRMADO e, de certo ainda, esse evento ocorreu anteriormente ao evento de Betânia, que aconteceu a poucos dias da prisão e morte de Jesus. Nestes dias, Madalena aparecerá em cena, na sequência dos acontecimentos, somente no momento em Jesus estiver, ainda vivo pregado a Cruz: "Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena."

    Voltando ao fluxo anterior do livro:

    O papel dela?
  • Como já disse - esclareceu Teabing -, a Igreja primitiva precisava de convencer o mundo de que o profeta mortal Jesus era um ser divino. (a igreja nunca precisou provar nada sobre a divindade de Jesus Cristo. Isso tem nos sido passado, desde de o início, por testemunho apostólico, e há os que têm fé para crer e há aqueles que não a têm.) Por essa razão, os evangelhos que descreviam os aspectos terrenos da vida de Jesus tinham de ser omitidos da Bíblia. (o autor, aqui, está se referindo, de modo velado, ao texto denominado “o evangelo de Filipe”, que constitui-se um dos livros apócrifos da biblioteca de Nag Hammadi, que é uma coleção de textos gnósticos. O gnosticismo é um conjunto de correntes filosófico-religiosas sincréticas que chegaram a mimetizar-se com o cristianismo nos primeiros séculos de nossa era, notadamente após a morte dos apóstolos, porém, sempre cobiçando destituir a igreja como transmissora das boas novas de Cristo, diante dos homens) Infelizmente para os primeiros editores, havia um tema terreno particularmente perturbador que aparecia mencionado em todos os evangelhos. (ao menos, esse não é o caso dos quatro evangelhos canônicos, ou seja, os que são aceitos como apostólicos autênticos, nem em algumas das diversas epístola apostólicas) - Fez uma pausa. - O casamento de Jesus Cristo. (uma afirmação absolutamente improvável)
  • Desculpe? - Os olhos de Sophie saltaram para Langdon, e depois de novo para Teabing.
  • Está historicamente registado (registrado aonde, a não ser na literatura gnóstica, que por ser tardia e pós-evangélica é considerada apócrifa), e da Vinci tinha com toda a certeza conhecimento do facto. A Última Ceia praticamente grita ao espectador que Jesus e Madalena eram um casal.
Sophie voltou a olhar para a reprodução do afresco.
  • Repare que Jesus e Madalena estão vestidos como imagens reflexas um do outro (devaneio gnóstico) - disse Teabing, apontando para as duas personagens centrais.
Sophie estava fascinada. E, sem a mínima dúvida, as roupas dos dois eram de cores inversas. (nem tanto assim, para reforçar o ocultismo, acredita-se que alguns restauradores do século XVIII, teriam mudado a cor da túnica de João, para um tom rosado, dando lhe aspecto ainda mais afeminado) Jesus usava uma túnica vermelha e um manto azul; Maria Madalena usava uma túnica azul e um manto
vermelho. Yin e Yang (símbolo exotérico religioso. Yin Yang é, na filosofia China e adjacências, uma representação do princípio da dualidade, ou seja, duas forças, tais como, ativo-passivo, marido-mulher, etc. O conceito tem sua origem no tao, base da filosofia e metafísica da cultura daquela região.)
- Aventurando-nos no ainda mais bizarro (aqui o autor traiu-se ao empregar tal termo, com a realidade da sua própria obra, que se não for vista apenas como um romance de ficção gnóstica, seria mesmo como algo bizarro) - continuou Teabing -, repare que Jesus e a sua noiva parecem estar unidos pela anca (digamos que da Vinci tivesse traído a “encomenda” do seu amigo e protetor, para quem ele fez a obra "ultima ceia", e tivesse pretendido, de fato, representar Maria Madalena, onde ele mesmo afirmava representar João, então ele teria sido um mentiroso que enganou a todos nós, que admiramos a obra, e confiamos na descrição original que diz que é João ali) e inclinam-se para longe um do outro, como que para criar entre ambos este espaço negativo claramente delineado.
Ainda antes que Teabing traçasse o contorno com o dedo, Sophie viu-o: a indiscutível forma de V no ponto focal da pintura. Era o mesmo símbolo que Langdon desenhara momentos antes e que
dissera representar o Graal, o cálice e o útero feminino (mais devaneios do exoterismo gnóstico de conotação carnal, sexual e apoiada em lendas)
  • Finalmente - disse Teabing -, se vir Jesus e Madalena como elementos da composição e não como personagens, verá uma outra forma óbvia saltar-lhe aos olhos. - Fez uma pausa. - Uma letra do alfabeto.
Sophie viu-a imediatamente. Dizer que a letra lhe saltou aos olhos seria um eufemismo. Subitamente, não via mais nada senão a letra. Bem no centro da pintura destacava-se o inquestionável desenho de um enorme e impecavelmente traçado M.
  • Um pouco perfeito de mais para ser coincidência, não acha? - perguntou Teabing. Sophie estava estupefata.
  • E está ali porquê?
Teabing encolheu os ombros.
  • Os teóricos da conspiração dir-lhe-ão que significa Matrimônio ou Maria Madalena (Nem Maria Madalena e nem ninguém, além dos 12 apóstolos, encontrava-se naquele recinto onde ocorreu a "última ceia". O trecho do evangelho Lucas 22:14 e bastante claro: “E, chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos.” Uma mulher poderia estar na comitiva itinerante, uma mulher poderia ser uma servidora, uma obreira, poderia até mesmo ser uma esposa (se fosse o caso), mas, definitivamente, não havia mulher alguma no apostolado. Todos os apóstolos haviam sido escolhidos por Jesus. Retirar João dentre os doze, para colocar, no lugar desse, Maria Madalena, é, no mínimo, algo sinistro e diabólico) Para ser honesto, ninguém sabe. A única certeza é que o M escondido não é resultado de um acaso. Inúmeras obras relacionadas com o Graal contêm um M escondido ... seja em marcas-de-água, camadas inferiores de pintura ou alusões composicionais. O mais evidente de todos os M é, claro, o que aparece no altar de Nossa Senhora de Paris, em Londres, concebido por um ex-Grão-Mestre do Priorado de Sião, Jean Cocteau.
Sophie pesou a informação.
  • Admito que os M escondidos são intrigantes, embora assuma que ninguém afirma que constituem prova do casamento de Jesus com Madalena.
  • Não, não - respondeu Teabing, que se dirigia a uma mesa próxima carregada de livros. - Como disse há pouco, o casamento de Jesus com Maria Madalena é um fato historicamente registado (registrado onde? O próprio Jesus explicou a sua situação, em Mateus 19:12, “Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus. Quem pode aceitar isso, aceite-o.”). - Pôs-se a remexer nas rimas de livros. - Além disso, Jesus como homem casado faz infinitamente mais sentido do que a tradicional visão bíblica de Jesus como homem solteiro.
Literalmente, eunuco é um homem cujos testículos foram removidos por orquidectomia, ou então são congenitamente não-funcionais. Obviamente que nenhum desses dois casos deveria ser o caso de Jesus. Todavia, "alguém que a si mesmo se fez eunuco por causa do reino dos céus", é algo que, no judaísmo do tempo de Jesus, não era concebido com facilidade. No judaísmo era comum que os homens viessem a se casar. Jesus não havia sido ainda "cobrado" disso, pelos fariseus, pois aos 33 anos de idade ele era tido como jovem ainda, pelos padrões judaicos, mas decerto, com o tempo, caso permanecesse vivo e solteiro, passaria a sê-lo.

Porém, o que Jesus propôs ali, foi algo que pode ser expresso de maneira mais direta com o termo do latim, cælibatus, que significa "não casado" ou  “celibatário”. No cristianismo o homem é livre para fazer aquilo que lhe convém, com respeito a isso, casar-se ou não casar-se, para conservar-se mais disponível ao serviço do reino, como foi, inclusive, o caso do próprio apóstolo Paulo.

Durante este estudo, eu pude constatar que, uma boa parte das ideias nebulosas e confusas que se formaram em torno da imagem de Maria Madalena, é derivada de uma inocente e sincera preocupação, com aquilo que o imaginário popular pensa ser "a infeliz situação dela". Por ter sido possuída por sete demônios, associa-se a isso a ideia de que ela deveria ter sofrido muito, que poderia ser fisicamente doente ou mentalmente perturbada. Tem-se a impressão de que ela, apesar de possuir bens materiais, deveria ser solitária e muito triste. Sua alma deveria ser sofrida e ela tão infeliz que não poderia ir em frente sozinha.

Aos que pensam assim, eu posso lhes garantir, que todo sofrimento que ela possa ter tido, cessou, a partir do momento em que Jesus a libertou do poder do mau. Após a morte do mestre, a quem ela mesma pôde ver ressuscitado, estou certo de que ela deva ter permanecido em união com o núcleo dos apóstolos. Acredito que ela se encontrava com eles, na mesma casa em Jerusalém, quando estes foram agraciados com a chegada do Espírito Santo e creio que ela deva ter continuado a fazer parte da amorosa fraternidade dos cristãos de Jerusalém, vivendo decentemente com eles, mesmo que debaixo de tribulações, tendo sempre em mente a memória de Jesus, até o fim da vida dela. Portanto, amados, tranquilizemo-nos quanto a esta questão e não permitamos que os nossos receios nos conduzam a fantasias e devaneios, que não condizem com a nossa fé de cristãos, mas com a do ocultismo, com o qual não temos parte.

Finalizando, eu oro para que aceitem isso, gnósticos e ateus. Mesmo não abraçando a mesma fé que a nossa, deixeis de perseguir a Cristo e seus seguidores. Jesus foi o messias, o filho enviado por Deus. O único a quem foi dado TODO PODER no céu e na terra. A salvação da parte do Senhor Jeová para a humanidade, já foi concretizada e nunca mais poderá ser impedida, por nada que ainda possa vir acontecer. No ponto em que chegamos, o máximo que as forças em contrário poderão obter de exito, é fazer desviar alguns poucos humanos incautos. Todavia, lembrem-se aqueles que agem em nome do mau, que assim o fazendo, no grande dia do Senhor, é de suas próprias mãos que o sangue destes inocentes será cobrado.


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Este trabalho de André Luis Lenz, foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - NãoComercial - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
 
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